O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) divulgou, nesta segunda-feira (10), uma nota de repúdio ao ataque a tiros sofrido pela Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino, localizada na Aldeia Fazenda Canto, território Xucuru-Kariri, em Palmeira dos Índios. O atentado ocorreu na madrugada de domingo (9) e deixou a comunidade em estado de alerta e indignação.

Na nota, o sindicato classifica o ato como “covarde” e condena a intimidação contra povos tradicionais e educadores indígenas. O texto afirma que a unidade escolar atende crianças e adolescentes da etnia Xucuru-Kariri, que vivem um “ambiente de intimidação e disseminação de informações distorcidas”, sobretudo após o avanço da demarcação das terras indígenas na região.

“Grupos mal-intencionados têm atuado criminosamente para impedir a homologação da demarcação, transformando a vida da população — e principalmente dos povos tradicionais — em um verdadeiro horror”, diz a nota.

O Sinteal enfatiza que atacar uma escola com tiros agrava ainda mais o cenário de violência e desrespeito aos direitos humanos e à educação.

“Não admitiremos que esse espaço seja invadido ou maculado por criminosos que não têm compromisso com a vida, com a humanidade e com a justiça”, destaca o comunicado.

O sindicato também cobra investigação rigorosa e punição exemplar aos responsáveis, ressaltando a necessidade de garantir respeito e segurança ao povo Xucuru-Kariri e aos profissionais da educação.

“Essas ações criminosas devem ser devidamente investigadas e punidas. Que a paz seja reestabelecida o mais breve possível”, conclui a nota.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Palmeira dos Índios, com apoio da Polícia Militar e acompanhamento da Funai.
A reportagem do Tribuna do Sertão segue acompanhando o caso e aguardando manifestações oficiais da Secretaria de Educação de Alagoas e da Prefeitura Municipal.