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Parada LGBTQIAPN+ altera rota após detenção de líder do evento pela guarda municipal

Redação com agências 26/11/2023
Parada LGBTQIAPN+ altera rota após detenção de líder do evento pela guarda municipal

A Parada LGBTQIAPN+ de Maceió, que teve início planejado na orla da cidade, enfrentou uma reviravolta na manhã deste domingo (26), culminando na detenção de Nildo Correia, presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), pela Guarda Municipal de Maceió. O evento, originalmente marcado para se concentrar no Marco dos Corais, teve que ser redefinido após intervenção judicial e negociações.

Posteriormente à detenção de Correia e sua visita à Central de Flagrantes, uma nova rota foi estabelecida para a parada. A Justiça determinou que o evento ocorresse no mesmo dia, mas com um trajeto alternativo - da Avenida Sílvio Carlos Viana (Praça Sete Coqueiros) até o estacionamento do Jaraguá. Essa decisão foi tomada para harmonizar os festejos natalinos e outros eventos programados para a orla de Maceió, com consideração especial ao público vulnerável, incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiência.

A controvérsia surgiu após o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) ter decidido, há três dias, pelo retorno do trajeto original na orla. Contudo, na quinta-feira (23), o GGAL anunciou pelas redes sociais que o percurso não havia sido aprovado pela prefeitura.

O juiz Antônio Emanuel Dória Ferreira, em sua decisão, destacou que, apesar do atraso na obtenção da autorização, era necessário considerar o impacto negativo do indeferimento sobre a organização e os participantes do evento. A Prefeitura de Maceió, através da Secretaria Municipal de Segurança Cidadã, reiterou que a mudança de percurso foi essencial para garantir a realização simultânea de outros eventos, incluindo celebrações natalinas e a Marcha da Maconha.

Inicialmente, os organizadores da Parada se recusaram a cumprir a ordem judicial, levando à detenção e posterior liberação de Correia, que concordou em seguir o trajeto estipulado pela Justiça. A decisão final, tomada pelo juiz plantonista Jamil Amil Albuquerque na noite anterior, permitiu que tanto a programação natalina quanto a Parada LGBTQIAPN+ prosseguissem sem maiores conflitos.

Este incidente destaca os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+ em sua busca por visibilidade e aceitação, bem como as complexidades de organizar eventos públicos em espaços compartilhados.