Governo doutrinador da corrupção
Um governo que se estabelece por meio da chantagem e que se firma através da barganha usando como moeda de troca cargos e empregos públicos não pode ser considerado um governo moralmente ético, cidadão e transparente. Em vários países essa prática seria rechaçada e o governo sofreria ações populares. No Brasil, no entanto, de tão comum, essa prática nem é mais percebida e sua ação é tida como normal.
Não é, porém, exclusividade do governo Temer que ações de retaliação contra parlamentares que tenham votado contra medidas governamentais aliadas a sanções dentro do próprio partido sejam as armas mais comuns para fazer com que deputados e senadores aprovem medidas impopulares ou que, notadamente, provoque prejuízo ao povo. Fato estranho é que as pessoas que se arvoram éticas e moralmente corretas não se rebelem contra tais práticas e achem natural esse tipo de intervenção no arbítrio parlamentar.
O Brasil continuará, a despeito das megaoperações contra a corrupção, corrupto e podre porque os servidores públicos, salvo as exceções, seguem o padrão usado em Brasília e ancoram-se em indolência, ilegalidades e subterfúgios para promover os interesses pessoais em detrimento dos interesses da coisa pública. Os servidores nada mais são que repetidores dos padrões do Congresso e que, ao invés de regular seus parlamentares, usam os mesmos artifícios para promover a baderna institucionalizada em instituições de ensino, hospitais e repartições públicas de autarquias e da administração pública direta.
Estamos em uma época de hipocrisia generalizada em que falam mais do que fazem e, quando o fazem, é, geralmente, para a promoção de atos ilícitos - que de tão corriqueiros são vistos, erroneamente, como corretos.
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