Cícero Sandroni foi sobretudo um grande jornalista. Trabalhou muitos anos na revista Manchete e foi editor de Tendência, uma publicação da empresa Bloch de que eu era diretor. Sempre se destacou pelo texto enxuto e objetivo. Foi com essa característica que escreveu o livro “Século de um liberal”, ao lado da esposa Laura Sandroni, também jornalista e filha do presidente Austregésilo de Athayde, que presidiu a Academia Brasileira de Letras por mais de 30 anos. Foi uma bela homenagem ao longevo comandante da Casa de Machado de Assis.

Das lembranças que guardo de Cícero, que acaba de falecer, figura também o tempo em que ele foi colaborador do jornal “Correio da Manhã”. Sua coluna diária era muito apreciada pela qualidade das notícias que publicava.

E tivemos um tempo de convívio na Academia Brasileira de Letras. Suas intervenções eram sempre muito precisas. Ele as batizava como “notas de pé de página” e serão sempre lembradas.

Sandroni foi eleito para a ABL em 2003 e presidiu a instituição entre 2007 a 2009, com uma bela gestão. Escreveu ainda livros como “O diabo só chega ao meio-dia” e “O peixe de Armana, ambos de ficção. Formou-se em Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Lançou a revista de contos, intitulada “Ficção”. A revista publicou a obra de mais de 500 autores brasileiros em 44 edições.

Foi diretor-adjunto do “Jornal do Commercio”. Criou o seu Suplemento de Artes. Deixou textos importantes sobre o Rio de Janeiro.

Pai de cinco filhos, teve um neto (Pedro).

O seu nome foi consagrado como jornalista e reconhecido também como escritor. Fundou a Editora Edinova.

O presidente da ABL, jornalista Merval Pereira, afirmou que ele fará muita falta à Academia, “pois era um imortal muito ativo e sempre presente.”