Estamos comemorando 70 anos de implantação da televisão no Brasil. Tudo começou pelas mãos de Assis Chateaubriand, com a inauguração da TV Tupi, que no Rio de Janeiro ganhou o canal 6 e funcionava nos estúdios da Urca.

Em minha vida de jornalista, tive o ensejo de trabalhar em diversas estações, no Rio e em São Paulo, conhecendo na intimidade os canais 2,6,9 e 13. Duas pessoas foram importantes nesse aprendizado: Maurício Sherman e Moisés Weltman, com os quais dei os primeiros passos na televisão.

A primeira experiência foi o programa “Agora Cássio Muniz”. Era uma espécie de chefe de reportagem. Trazia convidados ilustres para serem entrevistados nos estúdios da Urca, onde ia também aos sábados à tarde, para ajudar Rui Viotti na condução do programa “Manchete em marcha” (década de 50).

Nesse período, frequentava também o Canal 13, para dirigir e apresentar “Israel em foco”, com os amigos Zevi Ghivelder e Arnaldo Cherzman. Foi uma experiência inédita e muito bem sucedida. Ainda no canal 13 (TV Rio) apresentava com Ronaldo Bôscoli o “Manchete esportiva no 13”, com lances destacados da rodada da véspera, no campeonato carioca. Não havia videotape e o cinema funcionava como suporte da atração.

Enquanto isso,  produzi com Maria Eugênia Stein o bem sucedido “Patati patatá”, para o público infantil, levado ao ar pelo canal 2 (TV Educativa). Ganhou um prêmio internacional da Rede NHK (Japão).

No período 83 a 91 foi a vez da Rede Manchete (canal 6). Produzi e dirigi o “Debate em Manchete”, programa de entrevistas históricas aos domingos à noite. E comandava toda a programação cultural dos domingos pela manhã, com o “Homens e Livros” e “Sinfonia da Natureza”. Quando deixei a Manchete, transferi as entrevistas para o “Frente a Frente”, na Rede Vida, por sugestão do amigo Ives Gandra Martins. Foram sete anos muito felizes, alternando gravações no Rio e em São Paulo.

De modo esporádico, fiz programas no canal 9 (TV Continental) com Gilson Amado e na TV Excelsior. No primeiro deles, ganhei um prêmio com o trabalho sobre a problemática da educação brasileira. Como se vê, uma longa experiência na TV brasileira, que hoje continua com o programa “Identidade Brasil”(Canal Futura).