Suely Melo / Ascom Sesau

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) reforça, neste Novembro Vermelho, o alerta à população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de boca. A campanha visa conscientizar sobre os cuidados necessários para evitar a doença, que, apesar de apresentar altas taxas de cura quando identificada no início, ainda é frequentemente diagnosticada tardiamente.

O câncer bucal é um tumor maligno que se desenvolve nos tecidos da cavidade oral, podendo atingir diversas regiões, como lábios, gengiva, bochechas, língua (principalmente as bordas), assoalho, céu da boca e região orofaríngea.

Por se desenvolver de forma silenciosa, o diagnóstico precoce depende tanto da atenção dos profissionais quanto da observação do próprio paciente diante de qualquer alteração na cavidade oral.

Entre os principais sinais de alerta estão feridas que não cicatrizam em até 15 dias, manchas brancas ou avermelhadas, inchaços, áreas endurecidas, sangramentos sem causa aparente, dificuldade para mastigar, engolir ou falar e mau hálito persistente.

Como muitas dessas lesões iniciais não causam dor, é comum que as pessoas demorem a buscar atendimento. Por isso, ao notar qualquer alteração, é fundamental procurar um cirurgião-dentista ou médico o mais rápido possível.

Para a coordenadora do Programa Estadual de Saúde Bucal, a cirurgiã-dentista Lisiane Torres, o cuidado diário é fundamental na prevenção. Ela ressalta a importância de manter consultas odontológicas regulares, preferencialmente a cada seis meses, mesmo na ausência de sintomas. Durante o exame clínico, o dentista pode identificar lesões ainda em fase inicial, muitas vezes imperceptíveis ao espelho comum, o que aumenta significativamente as chances de cura.

“A prevenção começa com o cuidado diário, observando a boca, adotando hábitos saudáveis e mantendo o acompanhamento regular com o dentista. O câncer de boca pode ser curado quando descoberto cedo. Por isso, o Novembro Vermelho é mais do que uma campanha, é um lembrete de que cuidar da saúde bucal é cuidar da vida”, enfatiza Lisiane Torres.

Doença mais frequente em homens

A doença é mais comum em homens acima dos 40 anos, especialmente aqueles com histórico de tabagismo e consumo frequente de bebidas alcoólicas. No entanto, casos em mulheres e pessoas mais jovens têm aumentado nos últimos anos, impulsionados por fatores como a exposição solar sem proteção e infecção pelo vírus HPV.

Entre os principais fatores de risco estão o uso de tabaco em todas as formas (cigarro, charuto, cachimbo e fumo de rolo), consumo excessivo de álcool, exposição solar sem protetor labial, infecção pelo HPV, má higiene bucal, uso de próteses mal adaptadas e alimentação pobre em frutas e verduras.

A adoção de hábitos saudáveis, aliada ao abandono do tabaco e à moderação no consumo de álcool, é uma das formas mais eficazes de prevenção.