O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um expressivo crescimento da população indígena em Alagoas. O estado passou a ter 25.725 pessoas autodeclaradas indígenas, o equivalente a 0,82% da população alagoana. Em 2010, eram 16.291 — um aumento de quase 58% em dez anos.

O levantamento também mostra que a diversidade étnica aumentou no estado: foram identificadas 86 etnias, contra 71 registradas no Censo anterior. Com esse número, Alagoas está entre os estados do Nordeste com maior variedade étnica. No Brasil, foram contabilizadas 391 etnias e 1,69 milhão de indígenas, sendo que 74,5% declararam pertencer a um povo específico.

A presença indígena foi registrada em 97 dos 102 municípios alagoanos. O destaque é Pariconha, que concentra 5.934 indígenas — mais da metade da população local. Também têm forte representatividade Palmeira dos Índios, Porto Real do Colégio e São Brás, que abrigam importantes comunidades tradicionais.

Atualmente, existem nove terras indígenas oficialmente delimitadas em Alagoas, abrangendo dez municípios, entre elas Geripancó (Pariconha), Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio e São Brás) e Xukuru-Kariri (Palmeira dos Índios). Apesar disso, apenas 25,9% dos indígenas vivem nessas áreas — a maioria, cerca de 74%, reside fora dos territórios reconhecidos.

O IBGE também identificou 11.028 domicílios com ao menos um morador indígena, o que representa 1,08% dos lares em Alagoas. No cenário nacional, foram registradas 295 línguas indígenas faladas por 474.856 pessoas, com destaque para Tikúna, Guarani Kaiowá e Guajajara. As etnias mais populosas são Tikúna (74.061 pessoas), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446).

Em diversidade étnica, São Paulo lidera o ranking com 271 etnias identificadas, seguido de Amazonas (259) e Bahia (233).