Alagoas

Do Cenarte aos palcos, Ruysdael Ítalo transformou sonho em música

28/10/2025
Do Cenarte aos palcos, Ruysdael Ítalo transformou sonho em música
Do aprendizado no Cenarte à criação de seu próprio quarteto, Ruysdael Ítalo mostra como talento e dedicação transformam sonhos em música. - Foto: Arquivo pessoal

Quando menino, Ruysdael Ítalo Bezerra dos Santos Júnior assistiu a uma apresentação de orquestra e ficou encantado. Aquelas melodias ficaram gravaram em sua memória e despertaram um desejo precoce e certeiro: “Quero estudar violino.”

 

Com apenas sete anos, chegou ao Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte) levado pela avó, Rosa Mossoró, a primeira a acreditar no sonho do neto. Não foi fácil! O violino é um instrumento caro, e Rosa precisou vencer dificuldades para garantir que o menino tivesse o primeiro arco, as primeiras cordas e a chance de começar.

 

“Ver o Ruysdael seguindo seu sonho, se dedicando e conquistando tanto, é a maior alegria da minha vida. Cada nota que ele toca me lembra de que todo esforço valeu a pena”, conta a avó, emocionada.

 

No Cenarte, o destino de Ruysdael se cruzou com o professor Tércio Smith, que logo percebeu algo diferente naquele pequeno aprendiz. “Desde o início, ficou claro que ele tinha uma sensibilidade rara. É um aluno que ouve a música de forma diferente, absorvendo cada detalhe e transformando em interpretação”, afirma o professor.

 

O tempo provou que Tércio estava certo. Ao longo dos anos, Ruysdael buscou aprimorar-se em cursos de violino em Maceió, e também na Escola Técnica de Artes (ETA), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Estudou com professores internacionais, como Bertoldo, da Alemanha; Emily, dos Estados Unidos; e Professor François. A cada nova experiência, o repertório e a técnica se ampliavam, enriquecendo sua musicalidade.

 

Participou de diversos festivais pelo país, entre eles, o Festival de Música de Londrina,  Festival Virtuosi, Festival de Ópera e Repertório de Recife, Festival de Música nas Montanhas, Festival de Música de Penedo, entre tantos outros.

 

Atualmente, Ruysdael cursa Música na Ufal, na classe de violino da professora Dra. Débora Borges. Integra a Orquestra Filarmônica de Alagoas, sob regência do maestro Luiz Martins, e foi o criador e lidera o quarteto de cordas Arion, regido pelo maestro Almir Medeiros, onde explora novas sonoridades que unem técnica, emoção e criatividade.

 

“Ruysdael é um músico completo. A dedicação e a técnica que ele desenvolveu refletem não apenas talento, mas uma disciplina que inspira todos ao seu redor”, disse o maestro Luiz Martins.

 

“Ele tem um olhar criativo e sensível para a música. Criar esse quarteto foi uma forma de dar voz à sua própria visão artística, e acompanhar sua evolução tem sido um privilégio”, destacou o maestro Almir Medeiros.

 

Além de músico e criador, Ruysdael também ensina. Ministra aulas presenciais e online, compartilhando o que aprendeu e inspirando novos talentos. “O Cenarte foi o início de tudo”, afirma, com gratidão.

 

Foi ali, entre o incentivo da avó e a orientação de mestres dedicados, que o menino que um dia sonhou com o som de um violino transformou desejo em trajetória, e talento em legado.

 

O Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte), equipamento da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult/AL), reafirma assim sua missão. Formar talentos, inspirar gerações e manter viva a alma da arte em Alagoas.

 

“Para mim, o Cenarte é um verdadeiro berço de talentos. Ver crianças e jovens descobrindo a arte, se dedicando e transformando sonhos em trajetórias como a do Ruysdael é o que nos lembra todos os dias do valor do investimento em cultura”, disse o secretário de Estado da Cultura e Economia Criativa em exercício, Iltonn.

 

“Cada instrumento afinado, cada aula, cada espetáculo, é uma sementinha plantada que vai florescer no futuro da nossa música, da nossa dança, do nosso teatro. É inspirador perceber que o Cenarte não só forma artistas, mas forma pessoas que carregam a arte no coração e transformam Alagoas com talento e sensibilidade”, completou o secretário.

 

*Estagiária sob supervisão