Dois casos registrados na última terça-feira (13), pelo Instituto Médico Legal Estácio de Lima (IML de Maceió), revelam a importância da perícia médico-legal na elucidação de mortes inicialmente classificadas como suspeitas. Após a realização dos exames necroscópicos, constou-se a possibilidade de crimes de homicídio, levando à prisão dos principais suspeitos.

Um dos casos envolveu a morte de um menino de apenas dois anos no bairro Riacho Doce; o outro, de uma adolescente de 15 anos no bairro Jacintinho, ambos em Maceió. Os corpos foram submetidos a exames minuciosos conduzidos pela equipe plantonista do IML, que identificou sinais evidentes de violência, descartando qualquer possibilidade de morte natural ou acidental.

Segundo o chefe especial do IML, perito médico legista Felipe Porciúncula, o trabalho da perícia foi fundamental nos dois casos. “As lesões encontradas nos corpos apresentavam características típicas de violência, o que nos permitiu comunicar de imediato os resultados à Polícia Civil. Isso possibilitou uma resposta rápida das autoridades, que conseguiram identificar e prender os suspeitos”, afirmou Porciúncula.

A perita-geral da Polícia Científica, Rosana Coutinho, parabenizou o trabalho da equipe plantonista do IML de Maceió que atentou para as lesões. “Essa é a função do exame pericial: identificar a real causa da morte. Por isso, não pode haver pressa na liberação dos corpos, pois os IMLs trabalham com mortes violentas ou suspeitas, nas quais se faz necessária uma rigorosa investigação que precisa ser realizada com calma”, ressaltou a perita-geral.

Os dois casos reforçam o papel essencial da perícia médico-legal no sistema de justiça criminal. Em situações onde a causa da morte não é evidente, o trabalho técnico-científico dos legistas não apenas traz respostas às famílias, mas também subsidia investigações policiais e processos judiciais. Em um cenário de crimes, muitas vezes encobertos por narrativas de acidente ou mal súbito, a ciência forense tem sido uma aliada fundamental para garantir que a verdade venha à tona.