Thallysson Alves / Ascom Sesau

O estudante Erisvaldo Ferreira Lima Júnior, de 19 anos, voltava para casa de moto na madrugada do último dia 17 de fevereiro quando foi surpreendido por um veículo que invadiu o seu caminho e causou a colisão. Arremessado contra o asfalto, o filho da cabeleireira Ivanilda Lima, de 41 anos, sofreu traumas graves e fraturas de tíbia, de fêmur e de calcâneo esquerdos. Situação que exigiu o resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o atendimento especializado do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, que recebe a maioria das vítimas de acidentes de trânsito em Alagoas.

Enquanto Erisvaldo era avaliado pela equipe plantonista da Área Vermelha, com a realização de exames de imagem e uso de medicações, a família esperava ansiosamente por notícias, ainda sem compreender os desafios que estavam por vir. O cirurgião ortopédico Delane Eduardo explica que cada etapa da recuperação de um paciente com fraturas ósseas exige paciência e muita obediência, com as orientações dadas ao longo de todo o tratamento.

“São processos complexos e que a recuperação depende do perfil clínico do paciente. É diabético? Hipertenso? Tem alguma doença de base? Já sofreu outro acidente? Qual o nível de comprometimento do trauma? Além disso, o processo inflamatório e de cicatrização é doloroso, muitas vezes causando complicações e dores que podem ser levadas por muito tempo após a alta médica”, explicou o médico.

Além da ortopedia, que também fez a instalação de fixadores externos no fêmur e tíbia esquerdos, Erisvaldo está sendo assistido pela cirurgia plástica, com parceria importante do Serviço de Atenção à Pele e Feridas (SAPF). Durante a internação na Área Verde, ele passou por procedimentos de limpeza dos ferimentos e desbridamento cirúrgico do joelho e calcâneo esquerdos. Também foi aplicado enxerto no calcâneo para recuperação da área lesionada com uso de curativo com pressão negativa.

“Também foi levado ao centro cirúrgico para correção da fratura na tíbia esquerda. Agora, nós estamos fazendo mais uma intervenção, dessa vez no fêmur e calcâneo esquerdos, visando a sua reabilitação, o seu melhor retorno ao convívio social e ao seu ambiente acadêmico e profissional”, informou o ortopedista, estimando que, em breve, o seu paciente conseguirá a tão esperada alta hospitalar.

Antes do acidente, Erisvaldo conta que se dividia entre a barbearia, onde trabalhava como empreendedor individual, e o seu curso técnico em Manutenção Automotiva. Com o afastamento, mergulhado nas dores físicas, o seu emocional também foi abatido, muitas vezes duvidando que voltaria a recuperar o seu curso e toda a sua atividade social e profissional.

“É bem doloroso, mas não posso negar que aqui também encontrei pessoas que estão me ajudando muito. As enfermeiras da SAPF têm sido muito importantes nisso, pois, durante o seu trabalho, elas conversam, explicam, me dão um suporte emocional que de certa forma me alivia, me acalma, me deixa mais confiante na recuperação”, salientou o estudante.

A mãe do jovem, a dona de casa, Ivanilda Lima, acrescenta que o seu filho se mostrava muito independente, trabalhador, dedicado a crescer profissionalmente e economicamente. Porém, quando se viu na hospitalização, dependente de pessoas para ações mínimas, como tomar um banho, urinar e comer, ele ficou muito abalado e a ansiedade tomou conta de seu humor, causando momentos de intensa tristeza pela saudade de sua antiga rotina, de seu lar.

“Eu sei que é um caso muito delicado, também sei que todo esse tempo que o meu filho está no HGE não foi porque não queriam cuidar dele, mas tenho consciência que a recuperação de um paciente como ele é lenta. Pelo contrário, ele está sendo bem tratado, bem assistido. Tanto é que hoje conseguiu ter condições para se submeter à última cirurgia que precisava, contando com todos os materiais necessários. Eu estou muito grata ao HGE, aos médicos, aos enfermeiros, a todos os profissionais envolvidos que me reacenderam a esperança por dias melhores. Vocês salvaram as nossas vidas, pois a vida dele é o que tenho de mais precioso”, disse a mãe de Erisvaldo.

O HGE é referência no atendimento de Urgência e Emergência de Média e Alta Complexidade e o trauma é uma de suas linhas de cuidado. Para a realização da cirurgia, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) viabilizou todo o material, próteses e órteses necessários, uma vez que os profissionais qualificados para a realização já fazem parte do quadro clínico da principal unidade de saúde do Governo de Alagoas.

“Agora fica a nossa torcida para que Erisvaldo recupere logo a sua rotina e encontre mais forças para superar as suas barreiras. Também aproveito para reforçar a importância da atenção nas vias públicas, se o condutor do veículo que causou a colisão tivesse tido mais prudência, todo esse sofrimento teria sido evitado”, concluiu o secretário de Estado da Saúde, médico ortopedista Gustavo Pontes de Miranda.