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Adriana Santhi em 5 faixas: artista comenta, uma a uma, as músicas do EP Pouso

Projeto traduz o processo de reencontro da artista com sua voz criativa e emocional

RNR Assessoria 05/12/2025
Adriana Santhi em 5 faixas: artista comenta, uma a uma, as músicas do EP Pouso
- Foto: Angelo Pontes

No recém-lançado EP Pouso, a cantora e compositora luso-brasileira Adriana Santhi abre pela primeira vez o seu universo emocional por inteiro. Entre memórias, diagnósticos, renascimentos e afetos, cada faixa funciona como um fragmento de sua trajetória recente, uma travessia interna que vai do luto à cura, da dor à luz, do vôo à aterrissagem.

A seguir, Adriana comenta faixa a faixa, revelando o que está por trás das cinco músicas que compõem seu trabalho de estreia. Ouça o EP Pouso na sua plataforma preferida.

1. Pouso

Faixa que dá nome ao EP, Pouso sintetiza a decisão da artista de deixar para trás um lugar emocional que já não a acolhia. “Eu hesitei muito com essa faixa. O EP ia se chamar Voo, mas decidi que pousar era mais importante pra mim”, explica. 

A música nasce desse impulso de encerrar ciclos: “Pouso fala da minha decisão final de sair de um lugar incômodo onde eu achava que pertencia, mas na real não pertencia. É uma música de cura, de superação, que eu espero que abrace quem ouvir.” Com atmosfera sensível, é o convite inicial para o universo do EP.

2. Blessings

Primeira faixa escrita por Adriana, Blessings nasceu poucos meses após o diagnóstico de bipolaridade da artista e, surpreendentemente, tornou-se uma das músicas mais luminosas do projeto.“Eu estava vivendo um momento super difícil, mas ela se tornou um som muito feliz, porque fala de bênçãos.”

Misturando português e inglês, Adriana aborda sua saúde mental com honestidade: “Eu falo claramente do meu diagnóstico, do remedinho que tomo toda manhã… mas a música vai evoluindo para esse lugar de gratidão. São as bênçãos que quero partilhar com quem amo.”

3. Amanhecer

Escrita em apenas duas horas, Amanhecer é fruto de um turbilhão emocional. “Eu estava com muita raiva de um relacionamento passado. Precisava tirar aquilo de dentro de mim.”

O resultado é uma faixa que funciona como ritual de passagem. “Amanhecer representa um luto emocional, mas também um renascer. É a oportunidade de começar um dia novo e fechar o que ficou em aberto.”

4. 25HRS

25HRS foi a porta de entrada emocional do EP. “Foi nessa faixa que eu me permiti falar para o mundo que eu precisava chorar e que me sentia derrotada.” Mas ela não fica apenas na tristeza: “Mesmo falando da necessidade de chorar a céu aberto, eu enumero o que preciso para estar melhor.” 

A música também homenageia as amigas que sustentaram Adriana durante seu processo: “Minhas amigas são um pilar. Pensei nelas quando tudo desabava.”

5. Água & Sal

A faixa mais sensual do EP, Água & Sal mistura misticidade, corpo e cura. “Água simboliza movimento; sal, resolução. “Às vezes arde, mas cura.”

Na letra, elementos naturais se entrelaçam para falar sobre força feminina e regeneração. “É um som que fala de luz, poeira, ondas do mar… e mostra a capacidade da mulher de se reinventar.” 

A faixa traz o único feat do EP: “Chamei minha amiga IIVY, que tem uma escrita potente e uma sensualidade muito verdadeira.”

Com letras íntimas e arranjos que transitam entre o sensível e o pulsante, Adriana Santhi constrói em Pouso uma narrativa de travessia, superação e renascimento. Cada faixa carrega uma fase do seu processo de cura emocional e afirmação artística, revelando fragilidades sem perder a firmeza de quem se reconhece em reconstrução. Do luto ao alívio, do trauma à bênção, do voo ao pouso. O EP é um convite à escuta profunda, onde a vulnerabilidade não é fraqueza, mas ponto de partida para a liberdade.

Créditos: Angelo Pontes

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Letras

Sobre Adriana Santhi

Adriana Santhi é cantora, compositora e DJ luso-brasileira. Nascida em Luxemburgo, filha de pai brasileiro e mãe portuguesa, cresceu entre Bruxelas, Madrid e Rio de Janeiro, onde vive atualmente. Com influências do R&B, neo soul, jazz e música urbana, sua obra mistura poesia bilíngue, estética refinada e vivências profundas marcadas por migração, espiritualidade e saúde mental. Em 2025, lança seu primeiro EP autoral, consolidando-se como uma das vozes mais sensíveis e autênticas da nova cena alternativa.

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