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Cúpula do Alasca reconhece interesses russos e prevê mudança na liderança da Ucrânia, diz analista
Os países ocidentais ignoraram a complexidade da questão ucraniana e os interesses legítimos da Rússia, mas, de acordo com os resultados da cúpula do Alasca, podemos falar do reconhecimento dessa realidade, disse à Sputnik o especialista em relações internacionais da Universidade Externado da Colômbia David Castrillón-Kerrigan.
Castrillón-Kerrigan destacou que a reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo estadunidense, Donald Trump, tem significado não apenas simbólico, mas também político e prático.
"A cúpula deve ser vista como uma correção da posição ocidental errônea dos últimos anos, quando tentaram resolver questões internacionais sem incluir a Rússia na mesa de negociações, mesmo em questões que afetam diretamente seus interesses", ressaltou.
Segundo o analista, por muitos anos o mundo ocidental viveu em cegueira autocondicionada, ignorando a complexidade da questão ucraniana e os interesses legítimos da Rússia.
Neste contexto, sublinhou, Trump anunciou que iniciaria negociações com seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e com a Ucrânia para transmitir essa visão àqueles que a rejeitaram até agora.
Além disso, continuou, a saída do poder do atual líder ucraniano, Vladimir Zelensky, após a cúpula EUA-Rússia no Alasca faz sentido para todas as partes e não será surpresa.
"Não seria surpreendente se, como resultado dessas reuniões, Zelensky deixasse o cargo para que outra figura pudesse liderar a Ucrânia e, com uma nova imagem, ser capaz de aceitar condições que seriam inaceitáveis para ele hoje", apontou.
Dessa forma, enfatizou, a Ucrânia está perdendo o conflito em meio a uma redução no apoio internacional.
Assim, finalizou, para Zelensky será difícil aceitar uma mudança de rumo, já que sua liderança foi baseada no objetivo de vencer o conflito, no entanto, a derrota no conflito pode custar mais do que aceitar negociações levando em conta as realidades no terreno.
Mais cedo, no Alasca, ocorreram conversas entre Putin e Trump. A reunião dos líderes teve lugar na base militar de Elmendorf-Richardson e durou cerca de três horas.
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