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Gilberto Gil cobra retratação de padre investigado por falas contra Preta Gil e religiões de matriz africana
O cantor Gilberto Gil notificou extrajudicialmente, nesta quinta-feira (14), a Diocese de Campina Grande e o padre Danilo César, da Paróquia de Areial (PB), por declarações feitas durante uma missa sobre a morte da cantora Preta Gil e sobre religiões de matriz africana. As falas foram consideradas preconceituosas, geraram repercussão nacional e motivaram a abertura de inquérito policial por intolerância religiosa.
Segundo a equipe de Gil, a notificação exige retratação pública e formal pelo mesmo canal em que a missa foi transmitida. O cantor ressalta que, mesmo após mais de 15 dias do episódio, não houve pedido de desculpas ou comunicado à família. O documento também solicita que a Diocese adote medidas disciplinares contra o sacerdote no prazo de dez dias úteis e apure a conduta no âmbito eclesiástico.
A Diocese de Campina Grande informou que o padre prestará esclarecimentos aos órgãos competentes. Danilo César não foi localizado para comentar. Durante a homilia, ele citou o nome de Gilberto Gil e questionou a fé de Preta em religiões afro-brasileiras, afirmando:
"Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?"
Para a defesa de Gil, a fala desqualificou práticas religiosas afro-brasileiras, associando-as a “forças ocultas” e expressando desejo de que “o diabo levasse” seus praticantes. O documento aponta violação à liberdade religiosa, crime previsto no Código Penal, com pena de dois a cinco anos. A gravidade, segundo a notificação, aumenta pelo fato de o discurso ter sido proferido no exercício da função sacerdotal, o que pode influenciar fiéis.
O caso ocorreu no dia 27 de julho, durante o 17º Domingo do Tempo Comum da Igreja Católica, em Areial. A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria registrou boletim de ocorrência, seguido por outros dois registros. De acordo com a Polícia Civil, testemunhas já estão sendo ouvidas e o padre será convocado a depor. O inquérito tem prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogado.
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