Destaque em novelas como "Felicidade" (1991) e "História de amor" (1995), Monique Curi, de 56 anos, teve um trabalho negado há seis anos e resolveu fazer da frustração um momento de mudança. A atriz virou influenciadora digital de mulheres 50+ e hoje faz sucesso com palestras de motivação e encorajamento. A necessidade de se comunicar com mais pessoas levou Monique a escrever o livro "A virada de chave, o dia em que parei de esperar" (Academia, R$ 56,90). A obra é lançada hoje, às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon.

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— Esperei convites a minha vida inteira e, de uma hora pra outra, virei inspiração para mulheres de 50 que se acham velhas, não conseguem dar um pontapé para mudar, sair de uma relação, mudar de emprego... A sociedade rejeita tudo que é velho, só que muito antes disso o preconceito tá dentro da gente. Grande parte das mulheres, num primeiro sinal de envelhecimento, corre para fazer plástica. A gente não se aceita. Me ponho nesse lugar também, já que eu faço procedimentos, pinto o cabelo de 15 em 15 dias. Por causa da internet, muitas mulheres estão se posicionando. A gente precisa mostrar para a mulherada que a vida só não nos dá mais tempo quando a gente morre — analisa a atriz, que atualmente soma mais de 500 mil seguidoras em seu perfil nas redes sociais.

Assim como o título do livro sugere, Monique deu uma virada justamente aos 50, quando a negaram um papel na TV, onde trabalhava desde os 11:

— Fiquei frustrada, foi um baque. Minha amiga que me encorajou a sair dessa situação e ir à luta. Foi um puxão de orelha que nunca mais vou esquecer. Ralei e chorei muito. As coisas começaram a acontecer há quatro anos, ao viajar pelo Brasil, me tornando embaixadora de marcas mesmo sem estar no ar. Tenho 30 fãs-clubes que eu nunca tive como atriz.

Monique Curi revela que não pensa voltar à TV

Monique ainda vai lançar este ano dois filmes: "Meus quatro maridos" e "Socorro, tô falido". Já para a telinha, ela não pretende voltar tão cedo.

— Meus últimos personagens na TV não foram desafiadores, eram pequenos e sem expressão. Hoje, não poderia fazer um papel assim e perder esse tempo. Ganho numa palestra mais do que em um mês trabalhando num canal. Já se me oferecerem um bom papel, eu abriria mão das palestras. Pensei em desistir um milhão de vezes. Estudei para concurso público, fui dona de academia de ginástica, dei aula de História para os amigos dos meus filhos (Victoria, de 21 anos, e Theo, de 18). Hoje, sou a pessoa mais realizada porque ajudo as pessoas — destaca.

Monique revela ainda que já viveu um relacionamento abusivo. Não chegou a ser agredida fisicamente, mas sofreu por oito anos.

— Tudo que dava errado era minha culpa. Eu era chamada de burra, idiota e imbecil quase todos os dias. Ele não deixava mostrar minha tatuagem porque achava que era coisa de puta. Eu só andava de roupa com manga — recorda Monique, que hoje vive um casamento tranquilo com o empresário Leonardo Mattos.