Variedades
‘O Beijo no Asfalto’, em duas versões, no Canal Brasil

Existem questões que ultrapassam a dramaturgia – a literatura – e impregnam o imaginário do público. Capitu traiu Bentinho em Dom Casmurro? Por que Arandir cede ao pedido do moribundo e beija na boca o homem que foi atropelado em O Beijo no Asfalto? A peça de Nelson Rodrigues surgiu em 1960, num Brasil em transformação – Brasília, bossa nova, etc. -, mas ainda preso a velhos preconceitos.
Flávio Tambellini fez a primeira adaptação da peça em 1965, com Reginaldo Faria como Arandir. Um repórter e um delegado inescrupulosos levantam a suspeita da homossexualidade de Arandir e transformam a vida dele num inferno. Surgiram depois as versões de Bruno Barreto, de 1980, com Ney Latorraca, e a de 2018, de Murilo Benício, com Lázaro Ramos. As duas passam no Canal Brasil, a de Murilo às 20h25 desta quinta, 15, e a de Barreto já na madrugada de sexta, às 3h10.
Híbrido de ficção e documentário, a adaptação de Murilo Benício trafega entre teatro e cinema. Murilo revela-se diretor inspirado e o fato de colocar Lázaro Ramos, casado com Débora Falabella (Selminha), no centro da narrativa agrega complexidade. Mas quem explode o relato é sempre o sogro, Aprígio – Tarcísio Meira na versão de Barreto, Stênio Garcia na de Murilo. Aprígio e seus desejos ocultos, sua falsa moralidade. Não dá outra – uma tragédia carioca.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Luiz Carlos Merten
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