Variedades
‘Lance Maior’, um estudo sobre a alienação
Há 50 anos, era muito mais difícil fazer cinema fora do eixo no Brasil. Houve o ciclo baiano no começo dos anos 1960, tentativas esparsas em Minas e no Rio Grande do Sul, mas o grosso da produção concentrava-se no Rio e em São Paulo.
Nascido em Blumenau, Santa Catarina, Sylvio Back mudou-se com a família para o Paraná e foi lá que começou a fazer cinema – curtas. Sua estreia no longa foi em 1968, com Lance Maior. O filme passa às 13h40 desta quarta, 2, no Canal Brasil. É contemporâneo de Copacabana Me Engana, de Antônio Carlos Fontoura. Ambos abordam as pequenas misérias da classe média, em Curitiba e no Rio.
No Sylvio Back, Reginaldo Faria interpreta bancário que não se liga muito nas questões da categoria. O sindicato prepara uma greve, ele está mais ligado nas suas duas mulheres. Irene Stefânia é pobre como ele, balconista numa loja. Preserva sua virgindade para o casamento. Regina Duarte faz a universitária rica. Para Reginaldo, representa a possibilidade de ascensão social.
Como estudo de alienação, o filme é bem interessante. Tem cenas fortes, e detalhes sórdidos – a doença venérea do protagonista. Irene era um assombro. Passou feito um furacão pelo cinema brasileiro da época. Desistiu dos filmes para ser terapeuta.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Luiz Carlos Merten
Copyright © 2020 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2LUTO NA CULTURA
Tony Germano, ator e dublador, morre aos 55 anos após acidente doméstico
-
3CORRIDA ESPACIAL
Rússia avança em nova fase da corrida espacial e preocupa Ocidente, aponta mídia internacional
-
4ANÁLISE INTERNACIONAL
BRICS se consolida em meio à instabilidade global, aponta especialista
-
5FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado