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Suspeita de ser mandante da morte de decoradora trocou mensagens com a vítima minutos antes do crime

Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário foi transferida nesta terça-feira para carceragem feminina em Benfica, na Zona Norte do Rio

Agência O Globo - 18/11/2025
Suspeita de ser mandante da morte de decoradora trocou mensagens com a vítima minutos antes do crime
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

A gerente comercial Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, de 21 anos, suspeita de ter mandado matar a decoradora de festas Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 24, trocou mensagens com a vítima cerca de meia hora antes do assassinato. Segundo a polícia, o objetivo da suspeita era monitorar os passos de Laís. A informação consta no depoimento prestado por Gabrielle à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), no dia 4 de novembro, data em que Laís foi executada a tiros por um homem na garupa de uma motocicleta, em Sepetiba, Zona Oeste do Rio.

No depoimento, Gabrielle alegou que entrou em contato para pegar um tênis da filha da vítima, de 4 anos. A criança, fruto de um relacionamento anterior de Laís com o atual marido da gerente, estava sob os cuidados de Gabrielle e seria levada por ela à escola.

Até o momento, quatro pessoas suspeitas de envolvimento no crime estão presas, incluindo Gabrielle. Todas foram detidas após mandados de prisão temporária expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Gabrielle foi a última a ser presa, tendo se apresentado à polícia nesta segunda-feira. Ela relatou aos investigadores que se comunicou com Laís pela última vez às 10h11 daquele dia, horário em que a vítima recebeu sua última mensagem. Testemunhas afirmam que Laís foi morta entre 10h30 e 11h, na Travessa Santa Vitória, enquanto empurrava um carrinho com seu filho de um ano e quatro meses. A criança não foi atingida pelos disparos.

De acordo com a investigação, Gabrielle teria encomendado o crime para ficar com a guarda da filha de Laís. As duas já haviam discutido em 2024 por questões relacionadas à pensão paga pelo pai da menina. O delegado Robinson Gomes, da DHC, afirmou que não há dúvidas quanto à participação dos suspeitos e reforçou que Gabrielle é apontada como mandante do assassinato. Além dela, foram presos o autor dos disparos, o piloto da motocicleta e uma mulher suspeita de intermediar o contato entre Gabrielle e o executor.

— Não há dúvida na autoria do crime. Para a polícia, Gabrielle é a mandante do assassinato. Ela queria a guarda da menina. Laís viva era um obstáculo — declarou o delegado.

A Polícia Civil também anexou à investigação uma troca de mensagens em que Gabrielle expressa desejo de matar Laís: "Queria matar demais a Laís. Deus me livre", escreveu a suspeita em um dos trechos.

O advogado Diogo Macruz, responsável pela defesa de Gabrielle, reconheceu que sua cliente teve participação no crime, mas negou que ela seja a mandante. "Gabrielle disse que teve um tipo de participação, sim, mas não é o que estão dizendo na televisão. Isso eu pretendo ver quando liberarem o acesso ao inquérito. Acredito que Gabrielle estaria entre os intermediários ali. Posso dizer até que é possível que tenha mais uma pessoa (no crime). Mas, isso a própria investigação dirá. Acredito que existe outro(a) mandante", afirmou o advogado.

Os quatro suspeitos presos devem ter as prisões preventivas solicitadas à Justiça nos próximos dias. — Vamos representar pela decretação das prisões preventivas — concluiu o delegado Robinson Gomes.

Gabrielle foi transferida nesta terça-feira da Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, para uma carceragem feminina em Benfica. Ela deverá passar por audiência de custódia, quando um juiz decidirá se sua prisão será mantida ou se responderá ao processo em liberdade.