RJ em Foco
Policial do Bope é sepultado com homenagens; 'Resposta será dada à altura e dentro da legalidade', promete secretário da PM
Cerimônia teve cortejo e honras militares
Um longo cortejo, saído da sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, conduziu o corpo do terceiro-sargento Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, até o Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste da capital. O trajeto de cerca de 40 quilômetros foi acompanhado por dezenas de veículos e um helicóptero da polícia. Batedores em motocicletas abriam caminho para o carro do Corpo de Bombeiros transportando o caixão, que desceu à sepultura no começo da tarde, sob uma fina chuva e com honras militares.
'Japinha do CV':
133 presos:
O sepultamento do sargento foi acompanhado por parentes, amigos e colegas de fardas. Ele recebeu ainda uma última homenagem de um grupo de fuzileiros, do qual fez parte, antes de optar pelo Bope. O secretário da PM, coronel Marcelo Menezes, que também estava presente, classificou a operação nos complexos da Penha e do Alemão, onde Heber morreu em confronto com traficantes, como um marco para a segurança pública.
— Quero me solidarizar com as vítimas, as famílias e os feridos. Esses policiais foram atacados por narcoterroristas. Nos fizemos um planejamento meticuloso, criterioso para proteger a população daquela região, estabelecemos uma estratégia denominada "muro do Bope", inovadora, visando a proteger a população e certamente foi exitosa, à medida que a opção pelo enfrentamento foi desses marginais, que estavam fortemente armados. Certamente essa operação foi um marco para a segurança pública no Rio. A gente apela para o que o cidadão de bem que se una e valorize os policiais militares e civis, porque são eles a última barreira entre o bem e o mal e são eles que virarão a chave da segurança pública no Rio de Janeiro — disse o oficial.
‘Nenhum bandido importante no Brasil mora em uma favela’,
O secretário da PM disse também que a operação fez parte de uma política pública e estratégia para conter o expansionismo do tráfico e que vai continuar acontecendo não só naquela área, mas também em outras regiões do estado. Sobre os policiais militares feridos, informou que dois estão em estado grave e sete estabilizados com a perspectiva de alta nos próximos dias.
Disse ainda que tem um delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) em estado grave e mais três policiais civis também estabilizados, que poderão deixar o hospital em breve. Sobre o sargento Heber, Menezes afirmou que o agente era um exemplo para a corporação e que a PM vai adotar como lema a frase dele: "Ninguém vai parar a gente" .
A busca por corpos na mata da Vacaria:
— Em nome da família e dos filhos dele estamos aqui para dizer que a (perda da) vida dele não será em vão e que a resposta será dada à altura e dentro da legalidade — disse o secretário, acrescentando que as operações vão continuar e serão cirúrgicas e pautadas em planejamento prévio.
A viúva Jéssica acompanhou o sepultamento amparada pelos filhos, que estavam com camisas do Bope, em homenagem ao pai. Abalada, ela não quis dar declarações à imprensa.
'Está doendo'
Para o cunhado de Heber, o corretor de imóveis, Anderson Araújo, o que fica é a saudade. Ele descreve o marido da irmã como homem maravilhoso, pai amoroso, que deixa, além da viúva, dois filhos e um enteado, que o considerava como pai:
— Quem o conheceu está sofrendo agora, está doendo. Ele era casado com a minha irmã, pai de dois filhos e tem um enteado que ele cuidava como filho, também o enteado o considerava como pai. E todos o amavam muito, muito mesmo. Um herói. Um verdadeiro herói.
Após operação no Rio,
Anderson contou ainda que sempre que Heber estava numa operação, Jéssica mandava mensagens e, assim que o agente podia, respondia para tranquilizá-la, como fez na terça-feira. Os dois chegaram a trocar mensagens pela manhã até que, num determinado momento, ele deixou de respondê-las.
O corretor de imóveis contou também que a família chegou a ir ao Hospital Central da PM, no Estácio, para onde estavam sendo levados policiais baleados. Mas, os parentes perderam as esperanças de encontrá-lo com vida ao serem informados de que seu nome não estava na lista dos feridos.
Quem são os mortos e presos?
Durante Operação Contenção nos complexos da Penha e Alemão morreram quatro policiais — dois militares e dois civis — e 117 pessoas apontadas como suspeitos pelas autoridades de segurança. Outros 15 policiais ficaram feridos. A operação é considerada a mais letal da história.
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