RJ em Foco
Integrantes do governo veem ação eleitoral em tentativa de Castro de transferir responsabilidade de crise de segurança para Lula
Governador afirmou que o Rio está "sozinho" e teve pedidos de ajuda negados para enfrentar facções criminosas
Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que as declarações do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), de responsabilizar a falta de apoio federal pela crise de segurança, é um movimento político de Castro para antecipar a disputa eleitoral do ano que vem. Em entrevista nesta terça-feira, após uma megaoperação para conter o avanço do Comando Vermelho, Castro afirmou que o Rio está "sozinho" e teve pedidos de ajuda negados para enfrentar facções criminosas.
A cúpula do Ministério da Justiça afirma que o governador não solicitou ajuda do ministério. Integrantes do governo afirmam que em todas as vezes que o Claudio Castro foi a pedir ajuda de estrutura federal, como transferência de presos de facções criminosas para penitenciárias federais e apoio aéreo, o governo concedeu.
Em coletiva de imprensa, o governador citou como exemplo solicitações para que as Forças Armadas emprestassem blindados para atuar no estado, mas que esses pedidos foram negados. Integrantes do Ministério da Defesa, contudo, explicam que esse tipo de pedido não deveria ser feito diretamente aos militares. Cabe ao governo estadual solicitar apoio ao governo federal. Apenas a Presidência da República pode, por exemplo, analisar e fazer um um pedido Garantia da Lei e da Ordem (GLO) às Forças Armadas.
— Já entendemos haver uma política de não ceder. Disseram que precisa de uma Garantia de Lei e Ordem (GLO). Depois disseram que poderiam emprestar e voltaram atrás porque o servidor que opera o veículo é federal e deveria ter o GLO, enquanto o presidente é contra a GLO. Entendemos que a realidade é essa e não vamos ficar chorando pelos cantos — afirmou Castro.
Integrantes do governo federal afirmam ainda que já houve colaboração com as forças de segurança do Rio em outros momentos, com o envio da Força Nacional para operações específicas.
Além das reclamações de Castro sobre falta de ajuda federal, as imagens de bombas sendo arremessadas por traficantes contra os policiais durante a operação desta terça-feira passaram a ser compartilhadas nas redes sociais por aliados de Castro, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com críticas a declarações de Lula.
"Nada me surpreende depois que Lula disse que os traficantes são vítimas dos usuários", postou o senador.
Na última sexta-feira, Lula afirmou que traficantes de drogas "são vítimas de usuários”, precisou se retratar e admitiu que fez uma “frase mal coloca”. A fala provocou repercussão negativa imediata com reação da oposição.
Após o impacto negativo, Lula foi às redes dizer que seu "posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado". O presidente disse ainda que "mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando":
"Fiz uma frase mal colocada nesta quinta e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado. Mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando, como é o caso da maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país. Continuaremos firmes no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado."
Ao comentar a ofensiva dos Estados Unidos contra o narcotráfico no exterior, Lula afirmou, em viagem à Indonésia, que os traficantes de drogas "são vítimas de usuários também":
— Toda vez que a gente fala sobre combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também. Ou seja, você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, de gente que compra porque tem gente que vende. Então, é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate à droga — disse o presidente.
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