A advogada Mariângela Fialek, de 51 anos, voltou a ter o nome associado a investigações de grande repercussão nacional após ser alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (12). A ação apura suspeitas de desvio de emendas parlamentares vinculadas ao chamado Orçamento Secreto, mecanismo que esteve no centro de debates e questionamentos sobre a transparência na destinação de recursos públicos.

À época dos fatos atualmente investigados, Mariângela atuava como assessora do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados. A operação busca esclarecer o possível direcionamento irregular de verbas oriundas de emendas parlamentares, prática que vem sendo alvo de apurações em diferentes frentes do sistema de Justiça.

Esta, no entanto, não é a primeira vez que a advogada aparece ligada a investigações envolvendo o meio político. Em 2014, quando exercia a função de assessora parlamentar do então senador Romero Jucá (MDB), Mariângela foi citada em apurações relacionadas ao escândalo da Odebrecht, um dos maiores casos de corrupção já investigados no país.

De acordo com investigações do Ministério Público, ela teria encaminhado à empreiteira um rascunho de texto legislativo antes de sua análise formal no Senado Federal. O material dizia respeito às medidas provisórias nº 651 e nº 656, que tratavam de incentivos fiscais de interesse direto da construtora.

Segundo os investigadores, um e-mail enviado no segundo semestre de 2014 mencionava alterações em um parecer legislativo que teria sido discutido entre executivos da Odebrecht e o senador Romero Jucá. Reportagem do portal Metrópoles revelou ainda mensagens internas da empresa que apontavam o parlamentar.