Política

Líder do governo afirma que crise na família Bolsonaro favorece Lula e detalha planos para 2026

José Guimarães (PT-CE) avalia que divisão na direita fortalece o PT e aponta prioridades nos principais Estados para as próximas eleições.

06/12/2025
Líder do governo afirma que crise na família Bolsonaro favorece Lula e detalha planos para 2026
José Guimarães - Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), declarou neste sábado, 6, que a direita está "sem bússola" desde a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Guimarães, a recente crise envolvendo membros da família Bolsonaro fortalece o PT e contribui para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Guimarães considera acertada a escolha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2026, afirmando que a divisão interna da direita favorece o campo petista. "A divisão da direita fortalece o nosso campo. Com uma coisa dessa, Tarcísio vai deixar o governo de São Paulo? Acho difícil. Quem quer tudo termina sem nada. Eles estão sem bússola com a prisão de Bolsonaro. Não tem uma liderança da direita que os unifique. Bolsonaro não quer protagonismo de Tarcísio", afirmou.

O deputado também citou episódios recentes que, em sua avaliação, beneficiaram Lula. Um deles foi a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao Ceará, onde, ao apoiar o pré-candidato Eduardo Girão (Novo), fez críticas a Ciro Gomes (PSDB) e ao presidente do PL no Ceará, André Fernandes. O episódio gerou embate público na família Bolsonaro, com Flávio, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) defendendo André Fernandes e criticando Michelle.

Após reunião com o pai, Flávio Bolsonaro recuou e pediu desculpas a Michelle, após tê-la chamado de "autoritária".

Para Guimarães, a escolha por Flávio como pré-candidato é natural. "Eduardo não tem a menor chance, e Michelle é 'vai para o lado e vai para o outro'. O mais centrado do ponto de vista deles é Flavio mesmo. Bolsonaro está certo. Vamos pegar o exemplo: Tarcísio ou Ratinho (Jr., governador do Paraná) é eleito, quem garante que eles vão fazer o que Bolsonaro quiser?", questionou.

Guimarães participou da reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília, e destacou as prioridades do partido para 2026: "Temos duas linhas, cuidar do PT e fortalecer os palanques do Lula nos Estados. E cuidar do PT significa que há uma tarefa emergencial: montar as chapas sobretudo de senadores e deputados federais. É fundamental buscarmos alterar a relação de força do Congresso Nacional, sobre o Senado".

O deputado ressaltou que a região Sudeste será prioridade para o PT. "Tem três Estados que são decisivos: São Paulo, Rio e Minas", disse. No Rio de Janeiro, o PT lançará a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) ao Senado e apoiará o prefeito Eduardo Paes (PSD) ao governo do Estado. Nos demais Estados, o cenário segue indefinido: em São Paulo, há possibilidade de candidatura do ministro Fernando Haddad ou apoio ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); em Minas Gerais, com a desistência do senador Rodrigo Pacheco (PSD), novas articulações serão necessárias.