Política
Assédios e falta de transparência agravam crise nos Correios, afirmam funcionários
Audiência pública no Senado revela denúncias de assédio moral, cobranças por mais transparência e alerta para impactos financeiros na estatal
Em audiência pública promovida nesta terça-feira (25) pela Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC), funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) denunciaram casos de assédio moral e cobraram mais transparência na condução de processos judiciais e trabalhistas envolvendo a estatal. Segundo os relatos, a falta de condições dignas de trabalho estaria agravando a crise financeira da empresa, que enfrenta um déficit bilionário.
O debate, realizado por iniciativa da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), teve como foco a gestão dos Correios. A parlamentar ressaltou que o tema é "delicado" e frisou que cabe ao Legislativo fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Damares explicou ainda que os convidados participaram do encontro como testemunhas, e não como investigados.
Durante a audiência, o presidente da comissão, senador Dr. Hiran, destacou a importância dos Correios como patrimônio do povo brasileiro e lamentou a atual desorganização orçamentária e financeira da empresa.
“A ECT quis impedir a minha vinda aqui, dizendo que eu não tinha autorização para comparecer à comissão. Não avançaremos sem diálogo; a equipe não vai avançar, as pessoas estão sofrendo e, consequentemente, a empresa sofrerá financeiramente”, afirmou Muriel Carvalho Garcia Leal, presidente da Associação dos Procuradores dos Correios (Apect).
Leal apresentou dados do próprio comitê fiscal dos Correios e ressaltou que questões ligadas a direitos e finanças da empresa são públicas e estão disponíveis no site da ECT. “Os trabalhadores estão sendo cobrados, a forma de tratamento do dinheiro, os provisionamentos, os valores que a ECT está deixando de contabilizar. Os dirigentes da empresa precisam prestar contas ao Conselho Fiscal”, defendeu.
O ex-diretor financeiro e presidente interino dos Correios durante a transição para o atual governo, Valério Marçal, afirmou que a gestão anterior foi pautada por governança, legalidade e altos padrões de integridade. “Assumimos uma empresa desestruturada e implementamos processos de controle, mecanismos de conformidade e ampliamos a transparência. Todas as decisões de impacto foram documentadas, auditadas e coerentes com os princípios da administração pública”, garantiu.
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), Marcos Sant’Aguida, afirmou que a estatal vive uma situação crítica, destacando um déficit de R$ 800 milhões já registrado no balanço do primeiro semestre de 2024. “Sempre lutamos para manter a empresa pública. Os Correios têm um papel social fundamental, servindo à União sem que esta pague um centavo pelos serviços sociais prestados em eleições, no Enem e em situações de calamidade pública”, concluiu.
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