Política
Ipsos aponta que 75% dos brasileiros veem risco real de disseminação de desinformação
Estudo internacional revela preocupação dos brasileiros com fake news, segurança digital e papel do país como exemplo democrático
Quase 80% dos brasileiros enxergam como principais ameaças atuais, e para o próximo ano, a disseminação de desinformação para influenciar pessoas e o risco de hackeamento para fins fraudulentos ou de espionagem. Os dados são do relatório da Ipsos, obtido com exclusividade pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A percepção dos brasileiros acompanha a média dos entrevistados em 30 países pela agência de pesquisa.
O levantamento, que ouviu 23.586 pessoas sobre questões internacionais, ameaças e segurança, foi realizado on-line entre 19 de setembro e 3 de outubro em países como Canadá, Irlanda, Malásia, Nova Zelândia, África do Sul, Turquia, Estados Unidos, Tailândia, Indonésia, Singapura, Brasil, Holanda, Grã-Bretanha, Alemanha, Austrália, França, Bélgica, Colômbia, Coreia do Sul, Peru, México, Suécia, Chile, Polônia, Hungria, Argentina, Espanha, Itália, Japão e Índia. No Brasil, participaram mil entrevistados.
Entre as principais ameaças percebidas, 75% dos brasileiros veem risco real de disseminação de desinformação e 70% enxergam o hackeamento como ameaça concreta. A média global para ambos os temas é de 77%. O estudo também revela que 49% dos brasileiros confiam na resposta do governo à desinformação, enquanto a confiança na resposta estatal a desastres naturais é de 46%.
Segundo a pesquisa, 80% dos entrevistados ao redor do mundo acreditam que o planeta está mais perigoso. No Brasil, a percepção é um pouco menor, mas ainda alta: 72%. Nesse contexto, 83% dos participantes globais consideram importante que seus países mantenham uma força de defesa nacional sólida, mesmo em tempos de paz. Entre os brasileiros, o índice é de 79%.
Além disso, 60% dos entrevistados defendem que os governos devem investir mais em forças militares diante dos perigos atuais. Por outro lado, 64% avaliam que o poder econômico é mais relevante que o militar em termos globais — no Brasil, esse percentual é de 59%.
O estudo também investigou a percepção sobre riscos de sistemas de defesa baseados em inteligência artificial: 62% dos entrevistados, tanto globalmente quanto no Brasil, consideram essa uma ameaça potencial.
Uma seção específica da pesquisa abordou a opinião dos brasileiros sobre democracia e o papel do país no cenário internacional. Para 59% dos entrevistados, o Brasil é um bom exemplo de democracia, aumento de 5 pontos percentuais em relação a 2024. Por outro lado, 73% acreditam que a democracia está em risco no país — mesmo índice registrado entre norte-americanos.
Em âmbito global, 75% dos brasileiros acham que o país deveria ser um líder moral e exemplo para outras nações. De acordo com o estudo, 81% acreditam que o Brasil precisa cooperar com outros países em prol de metas globais, mesmo que não alcance todos os seus objetivos. No entanto, 78% dos brasileiros defendem que, diante das dificuldades econômicas atuais, o foco deve ser priorizado em assuntos internos.
A pesquisa também trouxe dados sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos. Segundo o levantamento, 29% dos brasileiros gostariam de manter relações próximas com o país norte-americano, enquanto 37% consideram os EUA a maior ameaça de segurança para o Brasil.
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