Política
PL antifacção avançou sem maturação adequada na Câmara, avalia diretor da PF
Andrei Rodrigues aponta necessidade de ajustes no Senado e defende ampliação de recursos para o combate ao crime organizado
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que o projeto de lei (PL) antifacção tramitou "de maneira rápida e sem a devida maturação" na Câmara dos Deputados, onde foi aprovado na última terça-feira, 18. O texto, de autoria do governo Lula, foi relatado pelo oposicionista Guilherme Derrite (PP-SP) e agora segue para análise no Senado. Andrei destacou que há pontos que "precisam de uma atenção especial" nesta nova etapa no Congresso Nacional.
"Nós precisamos, ao invés de ter qualquer movimento contrário de retirar recursos da instituição, na verdade precisamos ter um caminho inverso, que é ampliar a nossa capacidade orçamentária para poder fazer mais e melhor", afirmou Andrei em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, exibida na noite deste domingo, 23. O programa foi gravado na última quinta-feira, 20.
Segundo o diretor-geral, também é fundamental aprimorar o desenho institucional das forças integradas de combate ao crime organizado e fortalecer a cooperação internacional sobre o tema.
Andrei Rodrigues defendeu ainda a criação de um mecanismo legal que permita o aproveitamento imediato de bens apreendidos, buscando "equilíbrio entre o aproveitamento dos bens e o enfrentamento ao crime organizado".
O parecer do relator, deputado Guilherme Derrite, foi aprovado com amplo apoio, apesar dos protestos do governo e do PT. O Palácio do Planalto espera reverter pontos da proposta no Senado, onde o relator Alessandro Vieira (MDB-SE) já sinalizou que buscará um texto de consenso.
O chefe da PF reconheceu que o PL traz "avanços" nas ferramentas e instrumentos de investigação e disse ter boas expectativas em relação à tramitação no Senado, com possíveis mudanças, "para que a gente tenha definitivamente um projeto e uma legislação que atenda às necessidades do povo, da sociedade brasileira, que clama por mais segurança e mais enfrentamento ao crime organizado".
Por fim, Andrei reforçou que a Polícia Federal é "um patrimônio" do Estado brasileiro e expressou confiança de que o Parlamento terá sensibilidade para fortalecê-la, ampliando recursos não só orçamentários, mas também humanos.
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