Política
Gabinete de Eduardo Bolsonaro gasta R$ 1 milhão em salários enquanto deputado articula nos Estados Unidos
Parlamentar acumula 46 faltas injustificadas, teve nome inscrito na Dívida Ativa e corre risco de cassação; produção legislativa é escassa, mas atividade nas redes sociais segue intensa
Mesmo ausente do Brasil desde o fim de fevereiro, o gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) manteve um alto custo aos cofres públicos. Levantamento aponta que cerca de R$ 1 milhão já foram gastos apenas com salários de servidores enquanto o parlamentar permanece nos Estados Unidos, onde articula iniciativas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo brasileiro.
Segundo dados da Câmara dos Deputados, o gabinete consome mensalmente pouco mais de R$ 132 mil, valor muito próximo do teto disponível (R$ 133 mil). A equipe é composta por nove funcionários, com salários que variam entre R$ 7,5 mil e R$ 23,7 mil. Entre os contratados estão Eduardo Nonato de Oliveira, homem de confiança do deputado, e Telmo Broetto, ex-agente da Abin e ex-assessor de Jair Bolsonaro.
Risco de Cassação e Dívida Ativa
A ausência prolongada tem gerado consequências administrativas graves. Eduardo Bolsonaro acumula 46 faltas injustificadas e corre risco real de cassação de mandato caso atinja um terço de ausências nas sessões deliberativas. Uma tentativa do PL de indicá-lo como líder da minoria — manobra que abonaria as faltas — foi indeferida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Em agosto, o deputado foi notificado por um débito de R$ 13,9 mil referente às faltas não justificadas. O valor foi inscrito na Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Produtividade e Justificativas
Enquanto a atividade nas redes sociais permanece intensa, com comentários frequentes sobre a política norte-americana e a administração Trump, a produção legislativa é escassa. No acumulado do ano, Eduardo registrou apenas 11 votações nominais e um discurso em plenário.
Em sua defesa, o deputado enviou um requerimento à Mesa Diretora alegando problemas técnicos para acessar o sistema "InfoLeg" nas sessões semipresenciais desde agosto, justificativa que ainda não foi esclarecida pelos setores de tecnologia da Casa.
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