Política
Aliados relatam 'surto' de Bolsonaro ao tentar romper tornozeleira e dizem que ex-presidente ouviu vozes
Vídeo mostra Bolsonaro admitindo uso de ferro de solda no equipamento; aliados negam tentativa de fuga e apontam abalo emocional
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmam que ele enfrentou um 'surto' ao usar um ferro de solda para tentar romper a tornozeleira eletrônica. Pessoas próximas à família relatam que Bolsonaro acreditava estar ouvindo vozes vindas do aparelho.
A versão ganhou força após a divulgação de um vídeo em que o ex-presidente admite ter “metido ferro” na tornozeleira. Antes disso, alguns aliados negavam publicamente a violação, mencionada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como justificativa para decretar a prisão de Bolsonaro. À Folha de S.Paulo, Renato Bolsonaro (PL), irmão do ex-presidente, classificou o episódio como “história da Chapeuzinho Vermelho”.
O líder do PL na Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou ao Estadão que o caso demonstra como o estado emocional de Bolsonaro está “totalmente alterado”.
Apesar disso, aliados reforçam que Bolsonaro teria sofrido um surto, mas não planejava fugir. Segundo eles, se essa fosse a intenção, ele teria removido a tornozeleira no momento da saída, e não 24 horas antes.
“Se você estivesse com uma tornozeleira eletrônica e quisesse fugir em meio a uma vigília, mexeria no computador de monitoramento do equipamento 24h antes do evento ou cortaria rapidamente o aro segundos antes da fuga, com tudo pronto para zarpar?”, questionou o deputado estadual Lucas Bove (PL), aliado de Bolsonaro, pelas redes sociais.
Questionado sobre as imagens do relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, enviado ao STF, que mostram o objeto danificado, o advogado Paulo Bueno, representante de Bolsonaro, afirmou apenas que a tornozeleira foi colocada para “causar humilhação” ao ex-presidente.
O relatório oficial apontou queimaduras em toda a circunferência do equipamento. O documento ainda relata que uma violação foi detectada às 00h07 do sábado (22). O sistema de monitoramento acionou imediatamente a equipe de policiais penais responsável pela escolta da residência de Bolsonaro.
“Meti ferro quente aí. Curiosidade. (...) Ferro de solda”, disse Bolsonaro a uma policial. O ex-presidente afirmou ainda que não tentou romper a pulseira: “Não rompi a pulseira não. Está tranquilo aí.”
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