Política
Cabo Bebeto critica processo de desapropriação de terra em Arapiraca
Em pronunciamento durante a sessão ordinária desta terça-feira, 18, o deputado Cabo Bebeto (PL) fez duras críticas ao processo de desapropriação do assentamento Laranjal (Papa Francisco), em Arapiraca, classificando como "inversão de valores" e anunciando ações contra o secretário de Agricultura. "O Brasil é o melhor país do mundo para quem anda errado", afirmou o parlamentar. "O produtor teve fazenda invadida por 197 dias, deixou de produzir, funcionários foram ameaçados, gastou com advogados e ainda teve que custear a desocupação com caminhões, ônibus, banheiros químicos e equipe de saúde", detalhou ele em suas críticas.
"O Estado gastou quase R$ 90 mil na operação, enquanto uma multa de R$ 100 mil aprovada por esta Casa não é cobrada dos invasores. A Secretaria de Agricultura parece parceira de quem invade", seguiu ele, detalhando os números. Diante dos resultados da decisão da Justiça, tomada seis meses após a invasão, o deputado disse que pretende responsabilizar juridicamente o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária. "Se não houver consequência jurídica, haverá política. Vou fazer o que estiver ao meu alcance, fazemos leis e elas devem ser cumpridas", concluiu ele. Cabo Bebeto finalizou reafirmando sua defesa do "agricultor que paga impostos, trabalha e gera emprego, em vez de invasores que descumprem a lei".
Em aparte, o deputado Ricardo Nezinho (MDB) apoiou o discurso do colega e detalhou os impactos da invasão na propriedade rural, classificando os invasores como "pseudo-MST", que descaracterizam o verdadeiro movimento social. "Esta invasão em terra produtiva na região emblemática de Arapiraca, cidade de reforma agrária natural por sua cultura de minifúndios, é totalmente irregular. Além do prejuízo financeiro, houve enorme sofrimento emocional da família do proprietário durante seis meses de angústia", afirmou Nezinho.
"Criaram estrutura fantasiosa de escola e posto de saúde para dar viés de ocupação legítima. São figuras conhecidas em Junqueiro e São Sebastião, sem histórico no movimento sem-terra legítimo", descreveu sobre a tática da invasão, além de criticar a lentidão judicial. "Quem pagará pelos prejuízos e pelo deslocamento forçado? Isso não pode virar moda. O verdadeiro movimento sem-terra busca terras improdutivas, não invade propriedades produtivas que geram emprego e renda", finalizou ele, em suas cobranças por penalidades.
Já o deputado Ronaldo Medeiros (PT) posicionou-se em defesa da reforma agrária como direito constitucional. "O Brasil tem leis e temos que respeitá-las. A reforma agrária é constitucional e necessária para o Brasil e qualquer parte do mundo. Os países do primeiro mundo fizeram suas reformas agrárias no passado". Medeiros também defendeu os trabalhadores rurais, lembrando que as pessoas têm necessidade de ter terra, trabalhar, criar filhos e comer. "Não é por estar em assentamento que devem ser discriminadas por serem pobres".
Manga, jaca e tilápia
O deputado Cabo Bebeto também afirmou que o presidente Lula teria proibido a produção de tilápia, jaca e manga no território brasileiro, pois esses prejudicariam o ecossistema do País. "A tilápia hoje é o peixe mais produzido do Brasil, a jaca e a manga são frutas comuns que dão em qualquer lugar, sustentam muita gente e geram milhares de empregos", alertou ele.
No entanto, Ronaldo Medeiros desmentiu a informação. "Isso não tem fundamento. Ficar sem jaca e sem manga provocaria um terror no Nordeste", ironizou o petista, corrigindo a informação do colega: na verdade, a Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio) estuda a inclusão da tilápia na lista de espécies invasoras, mas a intenção é estabelecer técnicas e regras de manejo mais rigorosas.
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