Política
Haddad afirma que PL Antifacção aprovado pela Câmara pode comprometer atuação da Polícia Federal
Ministro da Fazenda alerta para possível enfraquecimento das operações contra o crime organizado após aprovação do projeto que retira recursos da PF e da Receita Federal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 19, que o texto do Projeto de Lei (PL) Antifacção, aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de terça-feira, 18, pode "asfixiar financeiramente" a Polícia Federal e retirar recursos da Receita Federal. O alerta ocorre em um momento em que as corporações intensificam operações de combate ao crime organizado.
"Estamos com três operações muito importantes — e as maiores da história — em curso: o combate aos fundos da Faria Lima, que estavam lavando dinheiro para o crime organizado; o combate à máfia do combustível do Rio de Janeiro; e, desde ontem, a questão da fraude do serviço bancário", detalhou Haddad a jornalistas, no prédio da Vice-Presidência da República, em Brasília. "Essas operações vão ser enfraquecidas com esse projeto."
O ministro acrescentou que ainda não conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o texto aprovado, relatado pelo deputado federal e secretário de Segurança Pública licenciado do governo de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP). Haddad afirmou, porém, que pretende apresentar suas preocupações ao presidente, especialmente quanto ao funcionamento das aduanas, sob responsabilidade da Receita Federal, e que haverá oportunidade para isso durante uma viagem à África do Sul.
Haddad ressaltou a importância de fortalecer órgãos como o Ministério Público Federal, os Ministérios Públicos Estaduais, a Polícia Federal, a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no enfrentamento ao crime organizado.
Ele também destacou fraudes em fundos de pensão, que chegaram a atingir até 25% do fundo de servidores públicos do Rio de Janeiro, e afirmou que o governo tem avançado no combate a esse tipo de delito.
"De agosto para cá, tivemos as maiores operações de combate ao crime organizado", enfatizou o ministro. "Em menos de quatro meses, conseguimos começar a desbaratar quatro grandes esquemas de corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro. Não podemos permitir que essas operações sejam enfraquecidas por um relatório votado de forma açodada, sem que especialistas e órgãos competentes fossem devidamente ouvidos."
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