Política
Mendonça concede prisão domiciliar a mulher de ex-procurador do INSS, mãe de bebê
Ministro do STF atendeu pedido da defesa de Thaísa Hoffmann Jonasson, mãe de criança de 1 ano e 4 meses, presa em operação que apura desvios bilionários no INSS.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça determinou neste sábado, 15, a prisão domiciliar de Thaísa Hoffmann Jonasson, esposa do ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio de Oliveira Filho. O casal foi preso pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira, 13, em investigação sobre pagamentos de mais de R$ 5 milhões feitos a Jonasson por empresas ligadas ao lobista Antônio Camilo, conhecido como "Careca do INSS".
A decisão de Mendonça considerou os argumentos da defesa de Jonasson, que destacou ser ela mãe de um bebê de 1 ano e 4 meses, lactente, que ficou sob os cuidados da avó de 73 anos após a prisão dos pais.
"A decisão do ministro André Mendonça, que acolheu o pedido da defesa e converteu a prisão preventiva em domiciliar, representa uma vitória relevante para a garantia dos direitos fundamentais das mulheres mães e de suas crianças. Trata-se de um precedente que evidencia a importância de uma atuação técnica e humanizada", afirmaram em nota os advogados Izabella Borges, Bruna Borges e Maurício Moscardi.
Além da prisão domiciliar, o ministro determinou o monitoramento eletrônico de Jonasson e a proibição de contato com outros investigados, exceto o marido.
Virgílio de Oliveira Filho foi nomeado procurador-geral do INSS pela primeira vez em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e permaneceu no cargo até 2022, quando passou a atuar como consultor jurídico do Ministério do Trabalho e Previdência.
Em setembro de 2023, já na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Virgílio foi renomeado para a Procuradoria-Geral do INSS. Recentemente, foi afastado do cargo a pedido da PF, no âmbito da operação que investiga desvios de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias entre 2019 e 2024.
Na CPMI do INSS, o advogado Eli Cohen afirmou que Virgílio autorizava remessas de dinheiro para associações e era o elo com Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS".
De acordo com a PF, o ex-procurador teria aumentado seu patrimônio em R$ 18,3 milhões devido ao esquema, incorporando inclusive um Porsche de um lobista, transferido para o nome de sua esposa.
Segundo as investigações, Virgílio atuou formalmente para barrar o bloqueio de descontos em folha de aposentados e pensionistas, medida determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após auditoria. O ex-procurador justificou que a trava poderia aumentar as filas de "idosos e pessoas de baixa instrução" nas agências da Previdência.
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