Política

Protesto da Cúpula dos Povos reúne ministras Marina Silva e Sônia Guajajara em Belém

Marcha organizada pela sociedade civil marca maior ato da COP-30 até o momento e destaca pautas indígenas, ambientais e sociais

15/11/2025
Protesto da Cúpula dos Povos reúne ministras Marina Silva e Sônia Guajajara em Belém
- Foto: Reprodução

Na manhã deste sábado (15), manifestantes tomaram as ruas de Belém em um protesto que se consolida como a maior mobilização popular da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) até agora.

O ato, promovido pela Cúpula dos Povos, teve início no Mercado de São Brás, tradicional ponto turístico da capital paraense, e segue em direção à Aldeia Cabana.

Com uma pauta diversificada, os manifestantes reivindicam o fim do uso de combustíveis fósseis, protestam contra a exploração de petróleo na Amazônia, a mineração e outras questões socioambientais.

Entre os movimentos sociais presentes estão a Caravana da Resposta — que reuniu indígenas de diferentes regiões do Brasil —, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de comunidades extrativistas e quilombolas. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participa da marcha sobre um dos caminhões de som.

As ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) abriram uma mobilização com discursos enfáticos.

Marina Silva defendeu a elaboração de um "mapa do caminho" para o fim do uso de combustíveis fósseis e destacou que o Brasil é o único país do mundo com um plano para alcançar o desmatamento zero. Ela também lembrou a redução de 50% nos índices de desmatamento da Amazônia.

Em sua fala, Sônia Guajajara afirmou que “a Zona Azul da ONU está aqui”, em referência ao espaço restrito da conferência. Nos últimos dias, manifestações próximas à área da ONU marcaram a COP-30, incluindo a invasão da Zona Azul por um grupo de ativistas na terça-feira.

Marina acrescentou que o presidente Lula acolheu positivamente as manifestações, ressaltando que esta é, como ele diz, “a COP da verdade”.

Povos indígenas de diversas partes do mundo também participam da marcha. O representante da Associação de Líderes Indígenas do Suriname, George Auankaroe, destacou a importância do evento: “A COP-30 é uma oportunidade para que possamos levar nossa voz aos líderes globais”, afirmou.

A ativista argentina Anabella Rosemberg criticou a postura de seu país nas negociações climáticas: "A Argentina é uma barreira para negociação e justiça climática. É muito suportar essa representação atual do meu país", disse ela, que integra a Rede de Ação Climática.