Política

CPI do Crime Organizado ouve diretores da Polícia Federal nesta terça

Audiência marca início dos trabalhos da comissão e busca esclarecer atuação das facções e cooperação entre forças de segurança

14/11/2025
CPI do Crime Organizado ouve diretores da Polícia Federal nesta terça
- Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o crime organizado recebe, nesta terça-feira (18), a partir das 9h, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, e o diretor de Inteligência Policial da PF, Leandro Almada da Costa. As oitivas atendem a requerimento (REQ 2/2025) do relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), e marcam o início das investigações sobre a expansão territorial, econômica e operacional das facções criminosas.

De acordo com o relator, a presença da cúpula da Polícia Federal é fundamental para que a comissão compreenda o atual diagnóstico sobre o poder das organizações criminosas, o grau de infiltração nos estados e o impacto das estruturas de lavagem de dinheiro que alimentam milícias, facções e redes de atuação transnacional.

Os depoimentos também servirão como subsídio para o acompanhamento do Projeto de Lei das Facções Criminosas. Encaminhada ao Congresso pelo governo, a proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, endurece o combate a organizações estruturadas, cria mecanismos de rastreamento financeiro e prevê regras mais rígidas para líderes e financiadores.

Durante a audiência, os senadores devem buscar informações sobre a cooperação entre as forças de segurança, exemplificada pelo êxito da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal. A ação contou com a parceria da Receita Federal e do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para combater um grupo criminoso que utilizava fintechs e postos de combustíveis para lavagem de dinheiro da maior facção criminosa do estado de São Paulo.

Além disso, os parlamentares deverão questionar os diretores da PF sobre o trabalho conjunto com a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, após a operação policial contra facções no fim de outubro, nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na morte de 121 pessoas.

Sobre a CPI

Instalada em 4 de junho, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado é composta por 11 senadores titulares e sete suplentes. Tem como presidente o senador Fabiano Contarato (PT-ES), vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e relator Alessandro Vieira, autor do requerimento de criação da comissão.

A CPI tem prazo de 120 dias para concluir os trabalhos, investigando a atuação, expansão e funcionamento de organizações criminosas, em especial facções e milícias. O objetivo é analisar o modus operandi, as condições de instalação e desenvolvimento em cada região e as estruturas de tomada de decisão, a fim de identificar soluções para o combate ao crime organizado, especialmente por meio do aperfeiçoamento da legislação.