Política

JHC rompe com Mesaque e Gunnar, e PL sofre baixas na chapa de federal

Exoneração de mais de 50 aliados confirma ruptura política e expõe fissuras no grupo do prefeito de Maceió

Redação | Tribuna do Sertão 28/10/2025
JHC rompe com Mesaque e Gunnar, e PL sofre baixas na chapa de federal

O prefeito de Maceió, JHC (PL), confirmou nesta segunda-feira (27) um dos rompimentos políticos mais comentados dos últimos meses. Em uma movimentação que sacudiu os bastidores da política alagoana, JHC se afastou do deputado estadual Mesaque Padilha (União Brasil) e do ex-aliado Gunnar Nunes, ambos ligados à Assembleia de Deus, e apontados como figuras de forte influência junto ao eleitorado evangélico.

A ruptura, que vinha sendo especulada há semanas, foi selada na prática com a exoneração de mais de 50 pessoas indicadas pelos dois políticos para cargos comissionados na Prefeitura de Maceió. As dispensas foram publicadas em edição extraordinária do Diário Oficial do Município e atingiram servidores lotados principalmente na Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas e Patrimônio (SEMGE).

Reação e bastidores da ruptura


De acordo com informações de bastidores, JHC teria se sentido traído politicamente após a filiação de Gunnar Nunes e Mesaque Padilha ao PP, legenda comandada em Alagoas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. A mudança de partido, interpretada como um movimento de independência e aproximação com Lira, foi vista pelo prefeito como um rompimento unilateral do antigo acordo político.

Gunnar, que anunciou sua pré-candidatura a deputado federal pelo PP em 2026, havia se filiado recentemente ao PL, sigla que abriga o núcleo de sustentação política de JHC e onde deve concorrer Marina Cândia, primeira-dama de Maceió e nome considerado forte na futura chapa federal.

A debandada de Gunnar e Mesaque fragiliza o projeto de JHC dentro do PL, que agora perde duas figuras de peso na tentativa de compor uma nominata competitiva para as eleições do próximo ano.


Impacto entre os evangélicos


O rompimento tem efeito direto sobre o eleitorado evangélico, especialmente sobre a base da Assembleia de Deus, uma das mais organizadas e influentes do Estado. Mesaque Padilha e Gunnar Nunes são filhos e expoentes de lideranças da igreja e possuem trânsito livre entre pastores e fiéis.

Para analistas políticos, a perda desse apoio pode significar um abalo na relação histórica de JHC com as lideranças evangélicas, um dos pilares que sustentaram sua popularidade e estrutura de campanha nas últimas eleições municipais e estaduais.

Reação do prefeito e próximos passos


Apesar do abalo político, fontes ligadas ao núcleo do prefeito garantem que JHC já articula nomes para recompor seu grupo e garantir o fortalecimento do PL. A meta seria manter o protagonismo na disputa proporcional e assegurar, ao menos, uma cadeira na Câmara Federal.

Interlocutores próximos afirmam que o prefeito “vai reagir com rapidez” e que a reorganização deve vir acompanhada de novas alianças com lideranças comunitárias, empresariais e religiosas, para recompor o campo de influência perdido.

Mesmo diante da crise, aliados sustentam que JHC mantém força e liderança política em Maceió, mas reconhecem que o episódio expôs fissuras em um grupo que até então parecia um dos mais coesos do cenário alagoano.

Uma ruptura que mexe no tabuleiro


A saída de Mesaque e Gunnar não apenas altera o equilíbrio interno do PL, mas reorganiza o tabuleiro político em Alagoas. O PP, com Arthur Lira à frente, ganha dois novos quadros de peso e amplia sua influência sobre o eleitorado evangélico e conservador.

Já JHC, embora enfraquecido momentaneamente, segue com capital político expressivo e com o desafio de reconstruir pontes e alianças num cenário que promete ser um dos mais disputados das últimas décadas no Estado.