Política

O dilema de JHC: Governo ou Senado? Prefeito lidera pesquisa, mas enfrenta desafio maior se optar pelo Palácio

Redação 28/10/2025
O dilema de JHC: Governo ou Senado? Prefeito lidera pesquisa, mas enfrenta desafio maior se optar pelo Palácio
- Foto: Imagem de I.A.

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC, vive um dos maiores dilemas de sua carreira política. Embora apareça à frente na pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas para o Governo de Alagoas, com 46,3% das intenções de voto contra 42,1% do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), a escolha do caminho a seguir em 2026 está longe de ser simples.

De um lado, JHC tem diante de si o desafio de tentar o Governo de Alagoas, enfrentando um adversário experiente, com estrutura federal e base consolidada. De outro, há a alternativa de concorrer ao Senado Federal, onde o cenário é mais favorável e, segundo analistas políticos, seu percentual atual praticamente o colocaria entre os eleitos, já que estarão em disputa duas vagas.

O peso da decisão

A pesquisa do Instituto Paraná revela um empate técnico entre JHC e Renan Filho na disputa pelo governo. A diferença de 4,2 pontos percentuais está dentro da margem de erro de 2,6 pontos, tornando o cenário indefinido.

Mas, apesar de estar numericamente à frente, JHC enfrenta obstáculos políticos e estruturais para transformar essa vantagem em vitória.

Renan Filho, ex-governador e atual ministro dos Transportes, já confirmou sua candidatura, o que eleva o nível da disputa e reduz o espaço para o prefeito de Maceió em uma corrida estadual marcada pela força da máquina federal e pelo peso do grupo Calheiros, que domina a política alagoana há décadas.

Ao contrário, uma candidatura ao Senado colocaria JHC em uma posição de conforto. O prestígio conquistado como gestor da capital, o desempenho expressivo nas urnas e sua imagem de liderança jovem e independente lhe garantiriam larga vantagem sobre outros nomes ainda indefinidos.

“O Senado oferece a JHC o caminho mais tranquilo, com menor resistência e uma chance quase garantida de vitória, mantendo-o em evidência nacional e assegurando mandato de oito anos, a partir de 2027”, avalia um observador político da capital.

Entre o risco e a estabilidade

Concorrer ao Governo de Alagoas seria, para JHC, uma jogada de alto risco, mas também de grande recompensa. Uma vitória o colocaria no comando do estado e o consolidaria como uma das principais lideranças do Nordeste. Por outro lado, uma derrota poderia representar o fim de um ciclo político precoce, abrindo espaço para adversários consolidarem hegemonia sobre o eleitorado de Maceió.

No Senado, o cenário seria o oposto: menos risco, mais estabilidade e mandato garantido até 2035. Além disso, JHC manteria o protagonismo nacional, fortalecendo sua relação com figuras de peso em Brasília e preparando terreno para voos mais altos no futuro — talvez até uma disputa ao governo estadual em 2030, com base política ainda mais sólida.

O adversário que pesa no cálculo

O ministro Renan Filho é hoje o principal obstáculo entre JHC e o Palácio República dos Palmares. Com o apoio integral do governo federal, do MDB e do PT, Renan se apresenta como o nome da continuidade e da estabilidade política, acumulando influência em todas as regiões do estado.

A máquina federal, aliada à tradição política de sua família, torna o caminho de JHC para o governo repleto de resistências.

Enquanto isso, no cenário para o Senado, não há adversário de peso consolidado. JHC teria um caminho mais livre, podendo converter sua popularidade em capital eleitoral direto — sem a pressão de enfrentar uma estrutura partidária tão forte quanto a de Renan.

O dilema de 2026

Restando pouco menos de um ano para as definições partidárias, o dilema está traçado: Arriscar tudo pelo governo, enfrentando Renan Filho em uma das disputas mais duras dos últimos anos; ou

Optar pelo Senado, assegurando uma vaga praticamente garantida e um novo patamar político nacional.

JHC, que já mostrou habilidade em vencer adversidades, agora precisa decidir entre o risco do topo e o caminho seguro da ascensão política contínua.

“O que está em jogo não é apenas a próxima eleição, mas o futuro político de uma das maiores lideranças emergentes de Alagoas. O dilema de JHC é, na verdade, o dilema de uma nova geração política que quer romper com o velho poder sem perder o amanhã”, resume um analista ouvido pela Tribuna do Sertão.