Política

Bolsonaristas adotam mote de 'Lula incomodado' após reunião com Trump

26/10/2025
Bolsonaristas adotam mote de 'Lula incomodado' após reunião com Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: © Foto / Ricardo Stuckert / PR

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apostaram em declarar no X que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se sentiu incomodado com a citação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como forma de diminuir o encontro entre os chefes de Estado. Lula e Trump se reuniram hoje para tratar do tarifaço na Malásia

Durante o início do encontro entre Lula e Trump, que foi aberto à imprensa, Trump responde à imprensa afirmando que "sempre gostou" de Bolsonaro e disse que o ex-presidente "passou por muita coisa". Lula aparece sorrindo com a resposta do líder americano. A situação jurídica do ex-capitão da reserva não foi discutida no encontro fechado entre os dois.

"Eu sempre gostei dele, fiquei muito mal com o que aconteceu com ele", respondeu o americano, sem dizer se desejava tratar do tema. "Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa", disse Trump.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se autoexilou para promover as sanções americanas contra o Brasil em troca do afrouxamento das punições contra o pai, foi o primeiro a usar as redes sociais para endossar que Lula teria se sentido incomodado com a citação ao ex-presidente.

"Lula encontra Trump e na mesa um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: Bolsonaro. Imagine o que foi tratado a portas fechadas?", disse Eduardo.

O deputado Hélio Lopes (PL-RJ), aliado próximo ao presidente, também reagiu ao momento em que Trump fala sobre Bolsonaro e sugeriu um incômodo de Lula: "O corpo fala".

O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) declarou que Trump teria chamado Bolsonaro de "grande homem" do lado de Lula, o que não ocorreu na declaração aberta. O parlamentar também disse que a reunião na Malásia não foi como o presidente esperava e atacou a imprensa.

"Na cara do Lula, Trump rasga elogios a Bolsonaro e chama-o de 'grande homem'. Parece que a reunião não saiu como o Barbudinho esperava. A imprensa ontem correu para dizer que 'Bolsonaro era página virada para Trump'. A imprensa militante é um câncer", disse.

O deputado Evair de Melo (PP-ES) também disse que Trump chamou Bolsonaro de "grande homem", classificou a suposta interação como um "fiasco na cara do Lula" e afirmou que Bolsonaro "segue sendo referência mundial".

"Enfim, Lula resolveu agir como presidente de uma grande nação. Depois de quase dois anos bajulando ditadores, atacando o agro e isolando o Brasil, finalmente sentou à mesa com Donald Trump.Mas o resultado? Nenhum. Nenhum acordo, nenhuma proposta, nada de concreto - apenas uma foto pra inglês ver", disse Evair de Melo

Já o deputado Bibo Nunes (PL-RS) buscou afirmar que a intenção de Trump, na conversa com Lula, é a de afastar o Brasil da China, e não de buscar aproximação com o governo petista. Bibo também disse que, apesar de negociar questões econômicas, o presidente dos Estados Unidos "jamais cederá um milímetro na pauta política".

"Trump negocia a economia com o desgovernante Lula, mas jamais cederá um milímetro na pauta política, onde a ideologia e atitudes de Lula com seus asseclas são inaceitáveis", afirmou Bibo Nunes.

Postagens de Eduardo

O filho do ex-presidente também afirmou, em outras postagens, que a "empatia" une Bolsonaro e Trump. Ele também sugeriu que Lula e os auxiliares dele apoiariam uma "lawfare" que Trump sofreria quando deixasse a Casa Branca.

"A capacidade de Donald Trump de se colocar no lugar de Jair Bolsonaro e imaginar que, quando sair da presidência, Lula e sua equipe apoiarão a lawfare que certamente Trump sofrerá", disse Eduardo.

Eduardo também criticou a conversa de Lula e Trump sobre a crise militar dos EUA com a Venezuela. O presidente se prontificou a ser um mediador entre a Casa Branca e o ditador venezuelano Nicolás Maduro e apelou pela paz no continente. Segundo o deputado, Lula gastou os "poucos minutos com o 01 da economia mundial" para tratar sobre a situação na região e não se preocupou em falar sobre Bolsonaro.