A decisão da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados de arquivar o processo contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) repercutiu nas redes sociais e expôs os votos dos parlamentares que optaram por manter o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro com todas as prerrogativas do mandato — mesmo residindo nos Estados Unidos.

O caso envolve críticas à permanência de Eduardo fora do país enquanto segue recebendo salário e verbas de gabinete da Câmara. Entre os integrantes do colegiado estavam dois deputados alagoanos: Luciano Amaral (PV-AL), que não compareceu à sessão, e Delegado Fábio Costa (PP-AL), que votou favoravelmente à manutenção dos benefícios do parlamentar.

O relator do processo, Delegado Marcelo Freitas (União-MG), recomendou o arquivamento, alegando que a conduta de Eduardo estaria protegida pela liberdade de expressão. “É hora de garantir que qualquer parlamentar possa se manifestar no Brasil e no exterior”, afirmou.

A representação contra o deputado foi apresentada após declarações em que ele teria chamado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de “milicianos togados” e condicionado as eleições de 2026 à anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para Chico Alencar (Psol-RJ), a fala fere o Código de Ética e Decoro Parlamentar.

Além das polêmicas internas, Eduardo Bolsonaro tem atuado nos Estados Unidos para que o governo de Donald Trump adote sanções econômicas contra o Brasil e autoridades do Executivo e do STF, com base na Lei Magnitsky, legislação americana usada para punir violações de direitos humanos e corrupção.