Política
Relator do Conselho de Ética defende arquivamento de denúncia contra Kim Kataguiri por fala contra Célia Xakriabá
Rodrigo da Zaeli defendeu que as declarações do deputado estão dentro dos limites da imunidade parlamentar
O relator do processo contra o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) no Conselho de Ética da Câmara, Rodrigo da Zaeli (PL-MT), apresentou nesta quarta-feira parecer pelo arquivamento da representação apresentada pelo PSOL. O partido acusa Kataguiri de quebra de decoro por declarações dirigidas à deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) durante a votação do projeto de licenciamento ambiental, em julho.
Segundo da Zaeli, as falas do parlamentar estão protegidas pela imunidade parlamentar.
— A imunidade material mostra-se necessária para que o parlamentar possa emitir suas opiniões desafogadamente sem que o atormente o receio de ser punido por isso, o que é imprescindível para o cumprimento de sua missão constitucional.
O episódio ocorreu na madrugada de 17 de julho, quando o plenário discutia o texto apelidado de “PL da Devastação”. Na ocasião, Kataguiri ironizou o cocar usado por Célia — símbolo tradicional do povo Fulni-ô — ao afirmar que “tem gente que gosta de fazer cosplay”. Antes, ela havia se referido a Kim como "deputado estrangeiro" e "reborn". Durante a sessão, Kim afirmou que sequer conhecia Xakriabá antes do ocorrido e que defendeu sua honra.
— Eu não tenho nenhuma vergonha de defender a honra do meu nome e da minha famíia. Sou brasileiro como qualquer deputado e sempre vou rechaçar ataques baixos como o que foi feito por essa parlamentar — afirmou.
A fala gerou reação imediata da deputada, que acusou o colega de racismo e de violência política de gênero e de raça. Na representação, o PSOL sustenta que o comportamento de Kataguiri foi “discriminatório e misógino” e pede a aplicação de sanção disciplinar proporcional à gravidade do caso.
Correligionário de Xakriabá, Chico Alencar defendeu a procedência da representação.
— Os ânimos se acirraram em decorrência de uma fala do deputado Kim, que ele defende como justa e correta, mas eu vejo que há uma ilação de injúria em relação aos povos indígenas.
O parecer será votado pelos integrantes do colegiado. Se aprovado, o processo será arquivado. Caso haja pedido de vista ou voto divergente, a análise voltará à pauta em nova reunião.
Mais cedo, a comissão arquivou uma representação contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de articular sanções a autoridades brasileiras durante sua estadia nos Estados Unidos.
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