Política

Paraná Pesquisas aponta empate técnico entre JHC e Renan Filho na corrida ao governo de Alagoas

Prefeito de Maceió tem 46,3% contra 42,1% do ministro dos Transportes; diferença estatisticamente empatada aquece o jogo político de 2026.

22/10/2025
Paraná Pesquisas aponta empate técnico entre JHC e Renan Filho na corrida ao governo de Alagoas

A disputa pelo Governo de Alagoas nas eleições de 2026 promete ser uma das mais intensas da história política recente do estado. O atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC, aparece na liderança da pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, com uma vantagem apertada sobre o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). No entanto, movimentos políticos nos bastidores têm colocado em dúvida se o gestor da capital realmente entrará na disputa.

Cenário eleitoral acirrado


De acordo com o levantamento divulgado nesta quarta-feira (22), JHC lidera com 46,3% das intenções de voto, enquanto Renan Filho soma 42,1%. A diferença entre os dois é de apenas 4,2 pontos percentuais, dentro de uma margem que torna o cenário altamente competitivo.


Entre os entrevistados, 7% afirmaram que votariam em branco, nulo ou em nenhum candidato, e 4,6% não souberam responder. A pesquisa ouviu 1.504 eleitores em 62 municípios alagoanos, entre os dias 17 e 21 de outubro de 2025.


O resultado reflete a polarização entre duas lideranças fortes, representando polos distintos da política alagoana — de um lado, JHC, expoente da nova geração política, e de outro, Renan Filho, herdeiro de uma das famílias mais tradicionais e influentes do estado.

O dilema de JHC


Embora lidere o cenário eleitoral, a candidatura de JHC ainda é incerta. O prefeito de Maceió foi reeleito em 2024 com a maior votação proporcional do país e é considerado um dos políticos mais populares de Alagoas. Contudo, manobras de bastidor podem afastá-lo da disputa pelo governo estadual.


Entre os principais fatores que pesam sobre a decisão de JHC estão:


1. Negociação no STJ: A possível indicação de Marluce Caldas, tia de JHC, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria se tornado um elemento estratégico. A nomeação poderia ser interpretada como parte de um acordo político para evitar que JHC concorra ao governo, o que beneficiaria diretamente Renan Filho.


2. Mudança partidária em curso: Há articulações para que JHC deixe o PL e retorne ao PSB, partido comandado nacionalmente por João Campos (prefeito do Recife) e que integra a base do governo Lula. A movimentação é vista por analistas como uma tentativa de neutralizar sua candidatura, já que o PSB está alinhado ao Palácio do Planalto e à aliança que sustenta o MDB em Alagoas.

Esses dois fatores combinados criam um cenário de incerteza, no qual o prefeito de Maceió precisa equilibrar seu capital político e as pressões partidárias antes de decidir se realmente entrará no pleito estadual.

Renan Filho consolida apoio governista


Enquanto isso, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), vem fortalecendo sua base de apoio com o respaldo direto do governo federal e do Partido dos Trabalhadores (PT), que não pretende lançar candidatura própria. O ex-governador de Alagoas busca se apresentar como o nome da estabilidade e da continuidade da aliança nacional em torno do presidente Lula.


Com o apoio da estrutura federal e o alinhamento político em Brasília, Renan Filho tende a entrar na disputa com força institucional, enquanto JHC ainda avalia o custo político de romper com a base do governo e consolidar sua candidatura de oposição.

Um jogo em aberto


A poucos meses das definições partidárias, a corrida eleitoral em Alagoas se mostra dividida e imprevisível. Mesmo liderando a pesquisa, JHC ainda não oficializou sua intenção de concorrer, mantendo em suspense o cenário político estadual.


Se confirmar sua candidatura, poderá transformar a eleição de 2026 em uma disputa direta entre duas gerações políticas: a nova liderança municipal de Maceió contra a tradicional força do grupo Calheiros. Caso desista, o caminho tende a ficar livre para a consolidação de Renan Filho como favorito ao governo de Alagoas.