Política

Lula articula votos no Senado para Jorge Messias e busca aproximação com líderes evangélicos

O presidente iniciou a costura política pela indicação ao STF em reunião reservada com o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus, e o deputado Cezinha de Madureira, visando reduzir as resistências do segmento religioso.

Redação com agências 18/10/2025
Lula articula votos no Senado para Jorge Messias e busca aproximação com líderes evangélicos
Reprodução / Instagram Oficial do Presidente da República - Foto: @ricardostuckert

Antes mesmo de confirmar o nome de Jorge Messias para a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a trabalhar ativamente para garantir os votos necessários no Senado. Parte essencial dessa estratégia é a aproximação com líderes evangélicos.

O ponto de partida dessa articulação se deu em uma sala reservada do Palácio do Planalto, onde Lula se reuniu com o bispo Samuel Ferreira, líder máximo da Assembleia de Deus Madureira, e o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP). O objetivo foi abrir o diálogo com o setor religioso e amenizar as resistências que Messias pode enfrentar.

Estratégia Ampla e Reconhecimento Político


A reunião simboliza o início de uma estratégia mais ampla do Planalto para reconstruir pontes com o mundo evangélico, um eleitorado que se distanciou nos anos do governo Bolsonaro. A eventual nomeação de Messias, um servidor de carreira com perfil jurídico consolidado e de fé discreta, é vista por aliados como um gesto duplo: consolida um aliado leal e envia um sinal de respeito a um segmento que o governo tenta reconquistar.

A influência de Cezinha de Madureira nas articulações é destacada por fontes do governo. A apuração do Terra aponta que o deputado teve um papel crucial nos bastidores durante a sabatina de André Mendonça em 2021, ajudando a amenizar resistências com a promoção de jantares e conversas. O convite para que ele retornasse ao Planalto ao lado de Jorge Messias é visto como um reconhecimento de sua capacidade de articulação, agora em torno da nova vaga no STF.

Apesar de saber que não mudará a percepção do eleitorado evangélico rapidamente, Lula aposta em gestos que demonstrem respeito e abertura de diálogo para a aprovação de seu indicado no Senado.