O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará nesta segunda-feira (22) o discurso de abertura da 79ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Tradicionalmente reservado ao Brasil desde 1947, o pronunciamento ocorre em um contexto delicado para a diplomacia brasileira, marcado por atritos recentes com os Estados Unidos após restrições impostas a integrantes da delegação oficial.

De acordo com o Palácio do Planalto, Lula pretende centrar sua fala na defesa da soberania nacional, da democracia e da independência das instituições. O presidente também deve criticar tarifas e sanções aplicadas por grandes potências, além de retomar a pauta de reforma do Conselho de Segurança da ONU, tema histórico da diplomacia brasileira.

Outro ponto esperado é a menção às mudanças climáticas, com destaque para a realização da COP-30 em Belém, em 2025, apresentada como prioridade da política externa. Lula também deve reforçar a posição do Brasil em relação ao conflito no Oriente Médio, classificando como genocídio a ofensiva de Israel em Gaza e manifestando apoio a ações já encaminhadas na Corte Internacional de Justiça.

A expectativa é que o discurso projete o Brasil como uma voz crítica e independente no cenário global, buscando maior protagonismo nas discussões multilaterais e reafirmando o alinhamento do país com agendas internacionais de paz, desenvolvimento sustentável e justiça social.