O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Praia de Copacabana, na manhã deste domingo, contou com a presença de 32,7 mil pessoas. O cálculo é do grupo de pesquisa "Monitor do debate político", da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto. A margem de erro é de 12%, para mais ou para menos.

Veja como foi: Ato em Copacabana tem oração de Michelle, discurso de Bolsonaro com retórica de perseguição e ataques a Moraes e Pacheco

De hotéis à ordem dos discursos: Ato em Copacabana tem tática contra encontro entre Braga Netto, Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto

O público na orla carioca equivale a cerca de 18% dos 185 mil presentes na manifestação anterior organizada pelo bolsonarismo, em fevereiro, na Avenida Paulista (SP). Na comparação com o ato realizado no mesmo local de hoje no Sete de Setembro de 2022, durante a campanha presidencial, a concentração de agora corresponde a aproximadamente metade dos 65 mil manifestantes que se dirigiram a Copacabana naquela ocasião.

O grupo da USP produziu imagens aéreas para contabilizar o público presente com auxílio de um software. A contagem de 32,7 mil pessoas foi computada no momento de pico, no auge do pronunciamento do ex-presidente.

Governadores: Tarcísio não vai a ato de Bolsonaro no Rio, mas ganha elogios; sem discursar, Castro e Jorginho comparecem

O método utilizado na aferição é chamado de Point to Point Network (P2PNet) e identifica cabeças para estimar a quantidade de pessoas em uma fotografia. Utilizando a mesma técnica, os pesquisadores apontaram que o ato bolsonarista na Paulista contou com o maior número de apoiadores do ex-presidente desde as eleições de 2022, superando a marca anterior registrada justamente em Copacabana, no Dia da Independência daquele ano. Desde então, a manifestação de apoiadores do ex-presidente neste domingo é a sétima com presença estimada de maneira similar.

Apoiadores minimizam o número

A presença abaixo da registrada em São Paulo foi minimizada por aliados de Bolsonaro que estiveram em Copacabana. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do ex-presidente, participou do ato logo no início, ainda antes da chegada do principal nome do evento, uma vez que os dois estão proibidos de manter contato por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Temas sensíveis: Troca de Moraes por André Mendonça vai mudar correlação de forças no TSE e deve favorecer bolsonarismo

— Natural (estar mais vazio). Uma praia dessa é difícil fazer encontro 10h da manhã. Talvez tivesse sido melhor fazer à tarde. Mas mesmo assim vai lotar — previu Valdemar ao deixar o local.

O deputado federal paraense Éder Mauro (PL-PA) seguiu raciocínio semelhante:

— Não sei se vai ser maior que São Paulo, é difícil porque lá é bem maior que o Rio. Mas vamos dar o recado.