Política
Tarcísio não vai a ato de Bolsonaro no Rio, mas ganha elogios; sem discursar, Castro e Jorginho comparecem
Entre os governadores que marcaram presença em evento similar organizado em fevereiro, na Avenida Paulista, Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO) também não repetiram o gesto
Durante a manifestação deste domingo (21) em apoio a Jair Bolsonaro, na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, os únicos governadores que compareceram foram Cláudio Castro (PL), do Rio, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. Entre os que estavam previstos, a ausência mais notada foi a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que mesmo de longe recebeu elogios do ex-presidente.
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Em seu discurso, Bolsonaro citou nominalmente o governador de São Paulo:
— Quem é Tarcísio de freitas? Um jovem militar formado na mesma academia que a minha, a das Agulhas Negras. E o Tarcísio de Freitas carioca, torcendo do Flamengo se candidatou em São Paulo e ganhou — afirmou.
Procurada, a assessoria do governador paulista não informou, até o momento, a razão para que ele não tenha comparecido ao ato.
Zema e Caiado também fora
Entre os governadores aliados a Bolsonaro que marcaram presença em ato similar anterior, realizado em fevereiro, em São Paulo, também não compareceram em Copacabana Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás. Segundo a assessoria do chefe do Executivo mineiro, Zema acompanha comemorações do feriado de Tiradentes pelo estado neste domingo.
Já o governador de Goiás afirma que já compareceu ao ato na Avenida Paulista e que não havia necessidade de demonstrar novo apoio ao ex-presidente.
— Fui a São Paulo, mas a partir daí, para ir a outros estados, não teve nenhum convite. Não vou ao Rio porque afinal de contas já estive presente onde era o pontapé inicial, agora ele segue mantendo a pauta dele, não tem por quê. Bolsonaro agora está todo dia em um estado da federação diferente. Rio não é diferente de Minas, Mato Grosso e outros estados onde ele já esteve — disse Caiado em entrevista ao GLOBO.
Jorginho e Castro não discursam
Mesmo presentes, Castro e Jorginho Mello não discursaram. O governador do Rio não foi à manifestação paulista de dois meses atrás.
Na última sexta-feira, o governador do Rio prestigiou a solenidade que oficializou a criação do Museu da Democracia, no Rio, ao lado de figuras como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos alvos mais frequentes da retórica bolsonarista.
— Aqui exalta-se um dos nossos bens mais preciosos, que é a democracia. A gente vem lutando para que o resultado das urnas seja respeitado a todo custo — afirmou o governador na sexta.
Castro enfrenta na Justiça Eleitoral um processo que pode culminar na cassação da chapa com a qual se elegeu em 2022. A acusação envolve o suposto uso da fundação Ceperj para empregar cabos eleitorais.
A relação do governador com Bolsonaro é de lealdade, mas ele também não deixa de prestigiar agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio.
Ramagem evita conflitos com a Justiça Eleitoral
Presente na manifestação deste domingo, o pré-candidato do PL à prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, subiu ao palanque e teve destaque na chegada ao lado do aliado, mas não discursou. A decisão foi tomada para evitar que a Justiça o enquadrasse por campanha antecipada.
— Advogados eleitorais pediram para evitar — justificou ao GLOBO o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos organizadores do ato.
Ao longo da semana, aliados de Ramagem se dividiram entre os que achavam que o pré-candidato deveria falar e os que avaliavam que as falas poderiam ser consideradas campanha fora de época pela Justiça Eleitoral.
A associação a Bolsonaro é uma das apostas eleitorais do deputado e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Na semana passada, o PL estreou na TV inserções partidárias em que Ramagem aparece em conversas com o ex-presidente e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Em março, Bolsonaro prestigiou o lançamento da pré-candidatura do aliado, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, o deputado deu pistas do tom de nacionalização que tende a adotar durante a campanha. Disse, por exemplo, que quer “tirar os soldados do Lula do Rio”, em referência à parceria entre o presidente da República e o prefeito Eduardo Paes (PSD), principal adversário do PL na disputa.
No ato de hoje, sem mencionar Ramagem, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro citou a eleição carioca.
— Um ano decisivo para o Rio de Janeiro, um ano de eleições. Que vocês possam escolher bem seus candidatos porque precisamos de gente de bem, de gente que tem projeto de prosperidade para o Rio de Janeiro e não projeto de poder — disse.
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