Política
Caso Abin: Transparência Internacional classifica como "máxima gravidade" uso de programa secreto para monitorar celulares no país
De acordo com as investigações, além do uso indevido, sistema pode ter sido meio de coerção indireta para evitar a demissão de funcionários
A Transparência Internacional classificou como “máxima gravidade” o uso de um programa secreto, por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para monitorar aparelhos celulares no país. Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Federal realiza uma operação para investigar o uso da ferramenta, que permitia, sem qualquer protocolo oficial, monitorar os passos de até 10 mil proprietários de celulares a cada 12 meses. O caso foi revelado em março pelo GLOBO.
Para realizar o monitoramento, bastava digitar o número de um contato telefônico no programa e acompanhar num mapa a última localização conhecida do dono do aparelho.
— Isso mostra um patamar muito mais grave da utilização desse aparato para perseguir adversários. São receios que se confirmam com a máxima gravidade. Fica claro que descemos num patamar muito mais grave e ameaçador ao cidadão e ao regime democrático, que é essa utilização do aparato do estado para vigilância clandestina — afirma Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional Brasil.
Após a operação vir à tona, a coluna Malu Gaspar informou que jornalistas, advogados, políticos e adversários do governo Bolsonaro estão entre as pessoas que foram monitoradas ilegalmente por um grupo de agentes que são alvo da operação, chamada de Última Milha, realizada nesta manhã pela Polícia Federal.
— É o uso de uma ferramenta para perseguir, intimidar e calar as vozes críticas na sociedade — acrescenta Bruno.
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