Política
De 'conduta incompatível' a 'bom trabalho': deputado bolsonarista desiste de demitir assessor envolvido em confusão
Carlos Jordy tinha anunciado que iria exonerar Rodrigo Duarte Bastos após ele se envolver em confusão com a senadora Soraya Thronicke
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) desistiu de exonerar o seu assessor parlamentar Rodrigo Duarte Bastos, que se envolveu em uma confusão com Soraya Thronicke (Podemos-MT) nos corredores do Congresso, nesta quarta-feira. Após o celular de Bastos bater na cabeça da senadora em meio a um tumulto no fim dos trabalhos da CPI 8 de janeiro, Jordy afirmou que a postura do funcionário de discutir com outros parlamentares era "inadmissível". Nesta quinta-feira, no entanto, o deputado reconsiderou e avaliou que "isso não é razão para exonerá-lo".
"Analisando as imagens recebidas, demonstrando que o assessor parlamentar Rodrigo Duarte Bastos não agrediu quem quer que seja, não há razão para sua exoneração. Embora não concorde com a postura de discussões políticas no interior da Câmara, pois ele é um servidor da Casa, isso não é razão para exonerá-lo. Já o repreendi para que não incorra no mesmo erro novamente. Tenho certeza que servirá de lição para que não reincida neste tipo de conduta", afirmou Carlos Jordy.
Nesta quarta-feira, logo após a confusão, o deputado disse ao GLOBO que ainda estava se inteirando sobre o ocorrido, mas recriminou a postura do funcionário.
— Não sabemos de fato o que aconteceu. Já solicitei as câmeras para entender o ocorrido. Independentemente disto, é inadmissível a postura de um assessor discutindo com quem quer que seja no Congresso ou agindo como militante. O servidor já está sendo exonerado — garantiu.
Pelo cargo de assessor parlamentar de Carlos Jordy, Rodrigo Duarte recebe um salário de R$ 1,5 mil. O posto, no entanto, dava direito a gratificações que, somadas, chegam a aproximadamente R$ 2,5 mil reais, fazendo com que sua remuneração mensal seja de cerca de R$ 4 mil.
A confusão entre Duarte e Thronicke aconteceu pouco depois do encerramento da CPI do 8 de Janeiro, enquanto ele gritava contra parlamentares governistas. Ao tentar filmá-los, o celular do servidor caiu na cabeça da senadora, que se assustou com o impacto. Após um princípio de tumulto, Bastos tentou fugir, mas precisou prestar esclarecimentos à Polícia Legislativa.
Esta não é a primeira vez que Bastos se envolve em uma polêmica. Em 2022, em meio à campanha presidencial, ele levou um soco durante um comício do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Antes, ele havia provocado uma confusão na porta de evento do petista.
Em fevereiro de 2017, antes de se embrenhar pelas atividades políticas, ele foi acusado de agredir um pastor no Centro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O motivo seria uma dívida do religioso, responsável pela igreja que Bastos frequentava, no valor de cerca de R$ 40 mil.
Em outro episódio revelado pelo Estadão, ocorrido em 2014, uma mulher denunciou à polícia que seu cachorro havia sido atropelado pelo vizinho, justamente Rodrigo Duarte Bastos. De acordo com o relato fornecido aos agentes, ele teria atingido o animal ao dar ré no carro e deixado o local sem prestar socorro. Não há informações sobre o desfecho do caso.
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