Política
Túlio Gadelha aciona PGR contra bolsonarista que falou em 'banho de sangue' ao defender marco temporal
Em coletiva da Frente Parlamentar Agropecuária, Caroline de Toni afirmou que derrubada proporcionaria conflitos no campo; deputado a acusa de incitação ao crime
O deputado federal Túlio Gadelha (Rede Sustentabilidade-PE) acionou neste sábado a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a também parlamentar Caroline de Toni (PL-SC). Na representação, Gadelha acusa a bolsonarista de ter feito uma incitação ao crime durante uma coletiva da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) na última quarta-feira.
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Na ocasião, ao defender a aprovação do marco temporal de demarcação das terras de indígenas, de Toni afirmou que a suspensão da medida iria causar um "banho de sangue" no campo.
— A decisão do Marco Temporal, que vem relativizar a propriedade privada e gerar uma imensa insegurança jurídica, vai trazer um banho de sangue no campo brasileiro. Temos milhares e milhares de famílias de pequenos agricultores que serão expropriadas de suas terras sem direito à indenização. E eles não querem indenização, eles querem ficar na terra — disse a deputada.
De acordo com Túlio Gadelha, a fala se refere aos povos originários e, por isso, pede o indiciamento por incitação ao crime e ameaça. Em nota, Caroline de Toni afirmou que sua fala foi recortada "para construir uma narrativa paralela". (Confira o posicionamento na íntegra no final da matéria).
O Marco Temporal proíbe a demarcação de terras indígenas não ocupadas até 1988, ano de promulgação da Constituição Federal. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a medida, mas na semana passada, o Senado Federal contrariou a Corte aprovaram a tese. Neste contexto, o presidente Lula (PT) ainda pode vetar ou sancionar a medida.
O que diz Caroline de Toni
O art. 53 da Constituição garante ao Parlamentar a inviolabilidade por quaisquer opiniões, palavras ou votos. O meu pronunciamento acerca da equivocada decisão do STF, em sede do (RE) 1017365 traduz o posicionamento de milhares, senão de milhões de brasileiros, a quem tenho o dever constitucional de representar, como exprime também a defesa da própria Constituição (Art. 67 da ADCT e Art. 231).
A referida expressão ouvi dos pequenos agricultores de SC, que são expropriados de suas terras e estão desesperados, referindo-se aos possíveis conflitos no campo que esse tipo de entendimento poderá causar, pois eles não querem sair da terra.
É lamentável perceber que alguns parlamentares, além de não entenderem isso, vão além: recortam expressões de um discurso, para construir uma narrativa paralela. Isso é má-fé. É nítida a tentativa de aniquilar a legitimidade daqueles que pensam diferente.
Basta assistir aos meus posicionamentos sobre o tema para perceber que a minha luta não é e jamais será contra os indígenas. Defendo a razoabilidade e a segurança jurídica para que todos os brasileiros - indistintamente - exerçam o seu direito fundamental à propriedade privada.
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