Política
Polícia investiga se Jair Renan e ex-assessor usaram documento com faturamento milionário falso para obter empréstimo
Defesa vai argumentar que valor era 'estimativa', mas que projeção não se confirmou
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga se Jair Renan Bolsonaro e um ex-assessor, o instrutor de tiro Maciel Carvalho, usaram um documento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago. As suspeitas recaem sobre uma declaração de um faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, entre julho de 2021 e julho de 2022, à época em nome do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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O documento da empresa, que tem uma suposta assinatura de Jair Renan, foi apreendido na casa do ex-assessor do filho do ex-presidente durante uma operação da Polícia Civil. A assinatura de Jair Renan foi submetida a uma perícia para verificação de autenticidade.
A declaração de faturamento da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, segundo a investigação, foi apresentada como forma de conseguir a liberação de um empréstimo bancário, que não foi quitado até hoje.
A Bolsonaro JR Eventos e Mídia, aberta em 2020, tinha como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”. Hoje, ela consta como encerrada no cadastro da Receita Federal. A mudança de propriedade da companhia, feita por meio de doação, é um dos fatos investigados pela Polícia Civil em relação a Jair Renan.
Para checar os fatos, a Polícia Civil pediu à 5ª Vara Criminal de Brasília a quebra de sigilo fiscal e bancário da empresa para descobrir se a firma realmente teve os ganhos declarados ou se as informações foram infladas.
Uma das linhas de defesa dos investigados será argumentar que o documento apreendido era, na verdade, apenas uma declaração com a “estimativa de faturamento” da empresa, elaborada para fins lícitos, e que a projeção de ganhos não se concretizou.
Procurado, o advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan, informou que não vai se manifestar sobre as investigações porque ainda não teve acesso à íntegra do processo. A defesa de Maciel Carvalho não foi localizada. A reportagem tentou contato via seus antigos advogados e pela sua mulher, por meio de telefone e redes sociais, mas não obteve sucesso.
Em março, Jair Renan transferiu a sua empresa para Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, empresário do ramo de tiro esportivo. No mesmo mês, o filho de Bolsonaro foi nomeado como assessor parlamentar do senador Jorge Seif (PL-SC) e, segundo sua defesa, ele não poderia ter empresa em seu nome para poder assumir a função.
Uma das suspeitas da polícia é que a transferência foi feita nesse formato para evitar o pagamento de impostos, uma vez que doações não são tributadas, diferentemente de transações de compra e venda.
Pedrinho Villard, advogado de Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, afirmou que seu cliente “desconhecia o empréstimo, porque a transferência da empresa não foi algo planejado e, sim, de supetão, para que Jair Renan assumisse o cargo de assessor em Balneário Camboriú”.
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