Política
Após acenos ao bolsonarismo, Zema entra na mira do entorno do ex-presidente em série de críticas
Filhos e ex-presidente e advogado foram alguns dos que usaram as redes sociais para rebater falas do governador mineiro
O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), que chegou a fazer acenos para eleitores da direita radical na tentativa de se cacifar como presidenciável para 2026, virou alvo de ataques de nomes fortes do entorno de Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, o mineiro despertou a ira de dois filhos do ex-presidente, o deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), e do advogado do ex-chefe do Executivo.
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Nesta quarta-feira, Carlos Bolsonaro fez uma longa postagem na rede social “X” (antigo Twitter) criticando Zema. “O insosso e malandro governador de MG traz consigo uma colocação ardilosa digna de João Doria, aquele que pede desculpas a Lula depois de sempre ter usado Bolsonaro”, escreveu o vereador do Rio, referindo-se a uma declaração dada pelo ex-governador de São Paulo pedindo desculpas por falas sobre a prisão de Lula.
O vereador usou o mesmo argumento do irmão Eduardo, de que os filhos do ex-presidente foram eleitos. “A propósito eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)”, postou o deputado federal .
A reação de Carlos se deu após uma declaração de Zema em um evento em São Paulo nesta segunda-feira, onde ele afirmou que tem diferenças com o ex-presidente e usou a participação do clã Bolsonaro na política como exemplo.
— Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente (lotado em cargo público). Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São diferenças — afirmou.
O primeiro a criticar Zema foi o deputado federal Eduardo, que em publicação no X repetiu a fala do governador e acrescentou: "A propósito eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)".
Também no post, o parlamentar citou o posicionamento de Zema no CPAC, evento conservador organizado pelo próprio Bolsonaro, que em sua última edição foi realizado em Belo Horizonte. Zema, que foi tratado como anfitrião do evento, virou alvo de ataques de bolsonaristas depois de pregar a necessidade de "união da direita" em seu discurso.
Entre os críticos está o advogado e ex-secretário de Comunicação no governo de Bolsonaro, Fabio Wajngarte, que, logo após a declaração, publicou no X texto em que afirma que Zema não mexeu "uma palha pela direita".
"O presidente @jairbolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro 23. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição 24/7 ligado, de ninguém pregando união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político", escreveu no Twitter.
Wajngarten ganhou endosso de comunicadores de peso como Kim Paim (740 mil inscritos no YouTube) e Fernando Lisboa, do Vlog do Lisboa (907 mil inscritos). A advogada Flávia Ferronato (652 mil seguidores no Twitter) pediu "honestidade intelectual" a quem pede a união da direita, e o youtuber Ed Raposo (226 mil seguidores) também mandou recado a Zema.
"Os caras tratam Bolsonaristas como radicais, extremistas, ultraconservadores cristãos, reacionários, etc... Só pregam união da direita na hora de receber votos e quando são criticados. Onde estavam nos últimos 4 anos pra ajudar? É só 'venha a nós'? Cadê 'ao vosso reino'?", criticou Paim.
Aceno
Zema chegou a fazer gestos para tentar de aproximar dos bolsonaristas. O governador participou de uma solenidade na Assembleia Legislativa (ALMG) que concedeu a Bolsonaro o título de cidadão honorário de Minas Gerais em agosto, em Belo Horizonte. Ele aproveitou a presença do aliado para elogiar a gestão da pandemia e a relação com o governo estadual.
— Nesses quatro anos (2019 a 2022), as portas dos ministérios do governo Bolsonaro estiveram sempre abertas para os nossos pedidos. Éramos ouvidos não como quem cumpre uma obrigação, mas com a atenção de quem quer de fato alcançar soluções — discursou Zema na ocasião.
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