Política
'Torcida branca': oposição reage à assessora de Anielle que viajou de FAB e criticou são-paulinos em derrota do Flamengo
Marcelle Decothé se tornou alvo de representações no Ministério Público por publicações; no Twitter, 'Fora Anielle' é um dos assuntos mais comentados pela ministra por não ter viajado em voo comercial
A chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothé, se tornou alvo de críticas e representações por parte da oposição após ter criticado a torcida do São Paulo na final da Copa do Brasil, que ocorreu neste domingo. Durante a partida que terminou com a derrota do Flamengo, a assessora da ministra Anielle Franco fez postagens em tom de deboche. Em nota, a pasta afirmou que irá instaurar uma investigação sobre o caso.
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"Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade... Pior tudo de pauliste", escreveu Decothé em post no Instagram. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal "Estado de S. Paulo" e obtida, em seguida, pelo GLOBO.
Uma outra funcionária da pasta também publicou registros. Trata-se da assessora especial de comunicação estratégica, Luna Costa. No Instagram, a colega de Decothé publicou uma imagem em que a chefe aparece com a camisa do Flamengo nas mãos.
"Marcelle brincando com o perigo abrindo a camisa do Flamengo no meio da torcida do São Paulo", diz.
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O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) usou a postagem para criticar o governo Lula (PT), sobre as nomeações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR): "Lula nomeará um branco, descendente de europeu safade", disse em referência à expressão usada pela assessora.
Após o ocorrido, parlamentares da oposição protocolaram uma notícia-crime junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). A iniciativa do deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) alega que houve "crime de discriminação racial" na postagem em que a assessora se referiu aos são-paulinos como "torcida branca".
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"Acabei de denunciar Marcelle Silva, por Racismo e Xenofobia. A assessora da Ministra da Igualdade Racial Aniele Franco veio para São Paulo no último domingo de jatinho da FAB e usou suas redes sociais para divulgar comentários racistas e xenofóbicos contra a torcida do São Paulo", disse Bilynskyj. O vereadores de São Paulo Rubinho Nunes e Fernando Holiday também denunciaram o caso às autoridades judiciais.
Outros nomes da oposição como Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) questionaram a ministra publicamente.
Em nota, o Ministério da Igualdade Racial afirmou que tomou conhecimento sobre os posts das assessoras em suas redes sociais privadas: "Ainda que as postagens tenham sido feitas em tom informal, o caso será submetido às instâncias internas de investigação para apuração da conduta das servidoras".
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Anielle no avião da FAB
Antes das postagens de Decothé terem vindo à tona, a ministra Anielle Franco já estava sendo alvo de críticas por ter utilizado o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para comparecer ao jogo. Como foi divulgado pelo governo federal, a pasta assinou, junto ao Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), um protocolo de intenções referentes ao combate do racismo no esporte.
O ministro do Esportes, André Fufuca, também utilizou o avião da FAB para chegar de São Luís, no Maranhão, a cidade de São Paulo. Um terceiro integrante do governo, Silvio Almeida (Direitos Humanos), esteve na partida, mas viajou em voo comercial.
Antes da partida, a ministra gravou um vídeo no interior da aeronave oficial. Na filmagem, ela diz estar à caminho do Estádio do Morumbi à trabalho. Após a postagem, as primeiras críticas da oposição já apareceram.
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O líder na Câmara, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), questionou a viagem justamente em dia do jogo do Flamengo, time para o qual a ministra torce: "É só coincidência ela ter ido justo no dia da final sendo ela flamenguista, gente. Ela não pôde ir em momento algum antes disso. E o brasileiro segue pagando as viagens a lazer de Lula e seus ministros", afirmou.
Nas redes sociais, Anielle se defendeu das acusações:
"É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever. Vemos que as noções estão invertidas quando avançamos em um acordo histórico de enfrentamento ao racismo e somos criticados por isso", escreveu no X, antigo Twitter.
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