Política
Eleições 2022: probabilidade e estatística ajudam a entender pesquisas

Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Com 2022 batendo à porta, ano de eleições presidenciais no Brasil, as pesquisas eleitorais já estão sendo divulgadas. Para uma leitura correta das informações publicadas por esses estudos, é preciso conhecer alguns conceitos da estatística, área da matemática que trabalha com a coleta, a organização, a análise e a interpretação de dados.
A realização de uma pesquisa eleitoral é um trabalho sério, que requer rigor científico. O levantamento de dados é feito com uma amostra da população e, por isso, deve informar o número de participantes, quando e onde as informações foram coletadas, a metodologia utilizada, além da margem de erro.
As pesquisas eleitorais devem, ainda, seguir os critérios determinados pela Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) e pela Resolução nº 23.600/2019 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso contrário, o estudo é considerado fraudulento e o realizador pode ser multado ou até detido.
Como interpretar os dados de uma pesquisa
Uma dúvida recorrente entre o público é “Como uma pesquisa eleitoral informa a opinião dos brasileiros se eu não fui entrevistado?”. A resposta está nos conceitos da estatística sobre universo e amostragem.
O universo estatístico ou população refere-se ao todo, isto é, à abrangência do tema a ser investigado. Numa pesquisa eleitoral aplicada no Brasil, este universo é o total de eleitores do país.
Como não é possível coletar dados com cada um dos eleitores, é realizada uma amostragem, que significa uma parte desse todo que deve manter, proporcionalmente, as mesmas características, no intuito de que os resultados sejam mais fidedignos.
A partir disso, é feito o cálculo de probabilidades, sendo testados diferentes cenários, como a disputa entre vários candidatos em um primeiro turno e as possíveis alternativas entre dois nomes para o segundo.
Os percentuais apresentados pelos candidatos na pesquisa correspondem ao total de intenção de votos dentro do número de participantes. Considerando que essa amostragem mantém as mesmas características do universo estatístico, ela reproduz o pensamento dos eleitores no país, lembrando que sempre há uma margem de erro.
Margem de erro é comum
O conceito de margem de erro está relacionado ao fato de que as pesquisas eleitorais trabalham com estimativas. É algo natural desse tipo de levantamento, o que não inviabiliza a sua confiabilidade ou importância.
Essa é uma informação que tem obrigatoriedade de ser divulgada pelos realizadores do estudo. Por isso, quando os percentuais de intenção de votos dos candidatos são apresentados, eles devem ser analisados considerando a margem de erro da pesquisa.
Relevância das pesquisas eleitorais
As pesquisas eleitorais são fontes oficiais de informação. Este tipo de estudo é relevante por contribuir para o processo democrático, sendo mais uma forma confiável de os eleitores se informarem sobre a disputa eleitoral.
Há quem questione a influência desse tipo de estudo na decisão dos eleitores. No entanto, uma pesquisa realizada pelo Ibope, em 2018, revelou que outros elementos são mais determinantes para o voto dos brasileiros. Dentre as 16 opções apontadas no levantamento, as pesquisas eleitorais aparecem em décimo lugar.
De acordo com o Ibope, os cinco fatores que mais auxiliam na decisão dos eleitores brasileiros são: as notícias divulgadas na TV, os debates entre os candidatos, a opinião de pessoas próximas, as notícias divulgadas nos jornais e a propaganda eleitoral.
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