Poder e Governo

Moro classifica como 'fantasioso' o relato que motivou operação da PF na Vara da Lava-Jato em Curitiba

Agentes recolheram documentos, entre outros materiais, nesta quarta-feira por decisão do ministro Dias Toffoli, do STF

Agência O Globo - 03/12/2025
Moro classifica como 'fantasioso' o relato que motivou operação da PF na Vara da Lava-Jato em Curitiba
O senador e ex-juiz federal Sérgio Moro - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador e ex-juiz federal Sérgio Moro (União-PR) reagiu nesta quarta-feira à decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a realização de operação de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF) na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, onde tramitaram processos da Lava-Jato. Moro classificou como “fantasioso” o relato que embasou a ação. Durante a operação, agentes recolheram documentos e outros materiais.

Em outubro, Toffoli já havia autorizado a busca de documentos no local, como parte de investigação sobre acusações feitas pelo ex-deputado estadual Tony Garcia contra Moro. Garcia alega que, em apuração anterior à Lava-Jato, foi coagido pelo então juiz a gravar interlocutores de forma ilegal, com ações clandestinas — o que Moro nega.

“Não houve qualquer irregularidade no processo de quase 20 anos atrás que levou à condenação de Tony Garcia por apropriação de recursos do Consórcio Garibaldi. Como afirmou a própria Procuradoria-Geral da República (PGR), não há motivo para competência do STF no inquérito, pois não se investiga ato praticado por Moro como senador ou ministro”, afirmou a defesa do parlamentar em nota.

A 13ª Vara Federal de Curitiba já foi alvo de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em junho do ano passado, o plenário do CNJ aprovou relatório que apontou suspeitas de peculato, corrupção e prevaricação envolvendo magistrados e procuradores que atuaram na operação.

O documento também indicou possível desvio de recursos públicos e articulação entre juízes e procuradores, resultando em “prática de atos atípicos pelo juízo, Ministério Público e outros atores”.

O relatório foi elaborado pelo ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor nacional de Justiça, e encaminhado à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal.