Poder e Governo

Paes defende Lula e critica Castro ao comentar responsabilidade pela segurança no Rio

Prefeito do Rio ironiza críticas ao presidente, destaca papel dos estados na segurança pública e reafirma aliança com o petista durante evento empresarial

Agência O Globo - 30/11/2025
Paes defende Lula e critica Castro ao comentar responsabilidade pela segurança no Rio
O prefeito Eduardo Paes (PSD) - Foto: Reprodução

Após a repercussão da megaoperação contra o Comando Vermelho no final de outubro, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), saiu em defesa do presidente Lula (PT) e criticou a postura do governador Cláudio Castro (PL). Paes afirmou que a segurança pública é uma atribuição dos estados e classificou como "absolutamente ridículo" o que chamou de "jogo de empurra" entre as esferas de governo. As declarações foram feitas durante um evento do fórum empresarial do grupo Esfera, realizado ontem na capital fluminense.

— Se a segurança vai mal, a culpa é do governador do Rio e dos outros estados do país. O que está sendo feito é um jogo de empurra, é absolutamente ridículo. É óbvio que o governo federal e os municípios podem auxiliar, mas a responsabilidade de quem detém o controle do sistema de segurança pública são os governos estaduais. Esse debate precisa ficar claro. O jogo de empurrar tem que ser superado — afirmou Paes.

Cotado para disputar o governo do estado em 2026, Paes também saiu em defesa do governo federal, que foi alvo de cobranças da oposição durante a megaoperação no Rio de Janeiro em outubro, ação que resultou na morte de 122 pessoas.

— Todo mundo aqui sabe que eu sou aliado do presidente Lula. Ouvi muito que ele é presidente do Brasil inteiro, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Santa Catarina. Por que só no Rio é culpa dele? Ele não tem responsabilidade sobre os bons números de segurança pública em Santa Catarina? Ele pediu ao governador, Jorginho Mello, para cumprir com as obrigações dele. A Polícia Federal não é a mesma que atua no Rio? — questionou o prefeito.

Na ocasião, a megaoperação gerou atritos entre Castro e o governo federal. Logo após as primeiras horas da ação policial, o governador afirmou ter cobrado atuação do Planalto e disse estar "sozinho" no combate ao crime organizado no estado. Em resposta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou não ter recebido nenhum pedido formal de ajuda por parte de Castro. O governador recuou, alegando ter sido "mal interpretado". No dia seguinte, ambos se reuniram no Rio e anunciaram a criação de um escritório conjunto para o enfrentamento ao crime organizado no estado.